Na semana em que um senhor se despediu, foi impossível não ficar a pensar no outro. E quando Andrea Pirlo, com uma classe tão grande ou maior ainda do que tinha nos relvados, arrumou as botas, as atenções viraram-se para o quase quarentão Gianluigi Buffon. Tudo o que não se esperava é que, na seleção, tivesse este final.

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O guarda-redes que foi campeão mundial em 2006 tem como grande objetivo da época poder voltar à final da Liga dos Campeões, de preferência conseguindo o primeiro triunfo de sempre na prova depois das finais perdidas em 2003 (AC Milan, nas grandes penalidades, após o 0-0), 2015 (Barcelona, 3-1) e 2017 (Real Madrid, 4-1). Ainda assim, todos contavam com o número 1 no Mundial da Rússia, provavelmente na última grande prova de seleções que disputaria. E que já não irá acontecer: duas décadas depois, fez o último jogo pela Itália.

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“Deixo uma equipa com talento que terá a sua palavra, incluindo Gigio Donnarumma e Mattia Perin. Quero dar um abraço ao Chiello [Chiellini], ao Barza [Barzagli], ao Leo [Bonucci]… Estiveram dez anos juntos comigo. Agradeço aos rapazes que estiveram connosco e, embora não seja o suficiente, espero que lhes tenham dado algo”, comentou na flash interview Buffon, que não conseguiu conter as lágrimas.

“Peço desculpa às crianças que sonham com a seleção italiana, mas acho que Chiellini, Barzagli e De Rossi também vão deixar a seleção. Vocês merecem o melhor. Obrigado”

“De certeza que há futuro no futebol italiano, porque temos orgulho, capacidade, determinação e, depois de uma queda, arranjamos sempre maneira de nos colocarmos de pé. Treinador? No futebol, ganha-se como um grupo e perde-se como um grupo, os créditos e as culpas são sempre divididas. O treinador é parte de todo o grupo”, acrescentou, depois de ter deixado mais dois exemplos de elevação.

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No final do encontro, o número 1 foi o primeiro a ir cumprimentar e dar os parabéns aos suecos. Ainda assim, há um gesto que ninguém esquece e que tinha ocorrido duas horas antes: quando o hino da Suécia estava a ser assobiado por um San Siro cheio e com uma majestosa coreografia com a bandeira italiana, Buffon começou a aplaudir para tentar dar um exemplo. E deu. Mais um. Que, infelizmente para o futebol, foi o último em termos de seleção. Mas que continua a ser recordado por outros ícones como Casillas.