O Governo vai abrir uma linha de 600 milhões de euros de financiamento para as empresas portuguesas aumentarem as exportações, disse esta quarta-feira, em Fátima, o ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral.

“A linha de 600 milhões [de euros] que vamos criar” será “dedicada diretamente às empresas exportadoras”, para “financiar a sua capacidade exportadora”, afirmou Caldeira Cabral, que falava esta quarta-feira à agência Lusa, à margem do Congresso Internacional de Turismo Religioso e Peregrinação, que decorre em Fátima até quinta-feira.

Pretende-se, deste modo, apoiar “empresas que, estando a trabalhar no mercado global, de repente têm encomendas muito grandes, precisam de um financiamento adequado e rápido para fazer face a esse aumento da procura”, que — exemplificou –, pode implicar a aquisição de matérias-primas, a admissão de mais trabalhadores ou novos investimentos.

“Queremos que [as empresas exportadoras] comprem matérias-primas, façam investimentos, empreguem mais pessoas e criem mais valor para Portugal”, afirmou, salientando que esta linha visa apoiar empresas, que, “estando numa boa situação, estão a exportar e estão a crescer na exportação” e precisam desta “alavanca financeira para não ficarem limitadas no crescimento”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Para esse crescimento, as empresas podem querer “financiar os seus clientes, exportando com linha de crédito, o que é especialmente importante” em relação a “máquinas e equipamentos de longa duração”, especificou.

As linhas ‘Capitalizar’, que “têm sido um sucesso”, foram criadas para financiar a tesouraria e o investimento de empresas que estão a investir e a crescer, mas agora, trata-se de financiar as empresas que estão a exportar e precisam de financiar o aumento da sua atividade, sintetizou, adiantando que espera que esta linha de 600 milhões de euros de financiamento “tenha grande adesão”.

Este novo apoio também se destina à inovação, pois “é pela inovação e pela melhoria da qualidade e da capacidade tecnológica que as empresas portuguesas hoje competem no mundo e se têm vindo a tornar cada vez mais competitivas”, explicou.

Manuel Caldeira Cabral disse ainda que o objetivo é que as exportações do País atinjam 50% do PIB (produto interno bruto), dentro de alguns anos, porque “Portugal está e tem capacidade de estar no mercado global”, onde a sua posição “ainda é relativamente baixa em termos de internacionalização”, quando comparado com “alguns países de dimensão semelhante”.

As exportações portuguesas estão a registar, este ano, “o maior crescimento da década” e “não apenas no setor do turismo” (que está a aumentar mais do em 2016), mas também em áreas como as dos produtos metálicos, agroalimentar, máquinas e aparelhos, automóvel, com crescimentos da ordem dos 10% ou superiores, destacou ainda o ministro.

“Este crescimento das exportações, que é um recorde nesta década, demonstra bem a competitividade e a vitalidade da economia portuguesa e é esta competitividade e vitalidade” que o Governo quer apoiar, concluiu Manuel Caldeira Cabral.