O presidente da comissão liquidatária dos Estaleiros de Viana do Castelo estimou esta terça-feira um encaixe até 5,5 milhões de euros com a venda de 15.700 toneladas de aço que se destinavam à construção dos navios asfalteiros para a Venezuela.
João Pedro Martins explicou à agência Lusa que o procedimento de venda, publicado no sítio na internet dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) e que termina no dia 18, surge na sequência do concurso público internacional, lançado em outubro, que recebeu “quatro propostas de compra, todas elas abaixo do preço base”, que era 430 euros por tonelada de aço.
“Os concorrentes foram notificados da exclusão das propostas. Foram apresentados preços que não podemos aceitar. A empresa está em liquidação mas não está em saldo”, sustentou João Pedro Martins.
A venda do aço decorre do processo de encerramento daqueles estaleiros públicos, iniciado em 2013 após a subconcessão dos terrenos e infraestruturas dos ENVC ao grupo privado WestSea, concretizada em maio de 2014.
O presidente da comissão liquidatária dos ENVC adiantou que o aço agora à venda “tem certificado de origem para indústria naval” e “está em condições de ser reutilizado por outro tipo de indústria, tal como consta da avaliação de qualidade realizada em julho por uma empresa da especialidade”.
Além da indústria naval, “este aço pode ser reutilizado na indústria metalúrgica, quer de grande porte, quer nas metalomecânicas de precisão”, sustentou, adiantando que os lotes colocados à venda têm um peso que oscila entre as 30 e as 200 toneladas”.
“Desta forma abriremos a possibilidade para que mais entidades, fora da indústria naval, possam concorrer” disse.
As propostas podem ser apresentadas, em Lisboa, até as 12:00 do dia 18. No mesmo dia, às 15:00, nas instalações da polícia municipal de Lisboa, será efetuado o leilão, cujo valor de licitação será o da proposta mais elevada.
“Para evitar que apareçam entidades que, na prática, não queiram comprar o aço pelo preço base que vai ser colocado neste procedimento, os concorrentes vão ter de proceder a caução prévia antes da apresentação de proposta”, explicou.
Aquele material destinava-se à construção dos dois navios asfalteiros encomendados, em 2010, pela empresa petrolífera venezuelana PDVSA àqueles estaleiros navais, cuja construção nunca foi iniciada.