Prestes a dar a conhecer o seu primeiro comercial eléctrico, o eVito, já em 2018, ainda que apenas no mercado alemão, a Mercedes-Benz Vans garante ter prevista, desde já, uma gama de variantes eléctricas de grande parte dos seus actuais modelos. Com a promessa de que a oferta será perfeitamente adequada às necessidades de clientes. A garantia é do principal responsável pelo programa eDrive na divisão de Veículos Comerciais da marca da estrela, Benjamin Kaehler.

Numa altura em que a Mercedes já trabalha na sua ofensiva eléctrica nos veículos de passageiros, nos comerciais, a estratégia da Mercedes-Benz Vans não é muito diferente. Esta divisão prepara já uma série de lançamentos de algumas das suas propostas mais procuradas. A começar, segundo revelou Benjamin Kaehler ao Observador, “no eVito, já em 2018”. Seguindo-se depois, “em 2019, o eSprinter e, lá mais para a frente, provavelmente em 2020, quem sabe, uma versão eléctrica do Citan”.

Benjamin Kaehler

Quanto à escolha do eVito para iniciar esta ofensiva, o mesmo responsável explica-a com o facto de o modelo “ser visto pelos clientes como o veículo ideal, com os seus 6 m3 de capacidade de carga, para a actividade comercial”. Embora a expectativa do fabricante seja que “a procura pelas versões eléctricas, tanto do eVito como do eSprinter, comece a fazer-se notar, principalmente, no sector das entregas”.

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Propulsão eléctrica com qualquer chassi ou carroçaria

Já sobre os aspectos relacionados com a utilização – isto em veículos para os quais o fabricante anuncia, nas versões standard, autonomias na ordem dos 150 a 200 km –, Kaehler deixa a garantia de que “não existirão quaisquer limitações na escolha do de chassi ou carroçaria”, mantendo-se a oferta que estará disponível nas variantes com motores de combustão. O mesmo acontecerá, acrescenta este responsável, com “a capacidade de carga e a funcionalidade, além do acesso ao espaço de carga rebaixado em 80 milímetros”. Ou seja, carros em tudo iguais às propostas ditas tradicionais, embora movidos a energia eléctrica.

Quanto às baterias, o líder da estratégia eléctrica na Mercedes-Benz Vans garante que serão integradas nos veículos “de forma equilibrada, procurando responder, na medida correcta, às necessidades de clientes que, de uma forma geral, não fazem mais de 60 a 80 quilómetros por dia”.

Não há necessidade de oferecer a esse tipo de clientes veículos com autonomias exageradas, até porque tornam-se mais caros no momento da aquisição”, defende Kaehler.

Investimento recuperável em três anos

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Ainda sem preços definidos para o eSprinter, Kaehler acredita que “será possível a um cliente recuperar o investimento feito, ao fim de três anos”. Se bem que, realça, “esta previsão possa variar consoante o país e os apoios estatais em vigor”.

Já quanto a previsões de vendas, nomeadamente face ao diesel, o responsável pelo programa eDrive não avança números. “Acreditamos que, nas entregas, as versões eléctricas terão grande aceitação. Mas não temos um objectivo definido em termos de unidades”, assume.

Aliás, e sobre a questão do preço destes novos veículos, o mesmo responsável reconhece que “deverão ser um pouco mais caros que as respectivas versões a diesel”, ainda que “tudo dependa também da economia de escala – à medida que os números de produção aumentarem, tornar-se-ão mais acessíveis”. Ainda assim, a Mercedes-Benz Vans prevê que, “até mesmo na manutenção, os veículos sejam mais económicos que os diesel, uma vez o sistema de tracção é menos complexo”.

Baterias quando o freguês quiser

Benjamin Kaehler sublinha que a opção por uma estrutura modular permite acrescentar ou diminuir o número de baterias no sistema, consoante as necessidades de utilização. O que leva, inclusivamente, a que “o cliente possa, numa qualquer fase da vida do veículo, aumentar ou diminuir a autonomia eléctrica do mesmo, adicionando ou reduzindo o número de packs de baterias. Ajustando, assim, as capacidades do veículo ao tipo de utilização pretendida”.

Já quanto a questões como a do carregamento, que a marca promete poder vir a ser feito, numa versão standard, em seis horas, ou então em menos de uma hora, quando através de carga rápida, o mesmo interlocutor antecipa que a marca poderá ajudar o cliente na montagem de estações de carregamento. “A partir daí, o cliente vai poder carregar as baterias de qualquer um dos nossos produtos, seja comercial ou veículo de passageiros, na mesma estação de carregamento ou wallbox.”