A tempestade Ana é a primeira a ser batizada com um nome humano em Portugal (à semelhança do que se faz noutras regiões do mundo, como com as tempestades tropicais nos EUA) e já está a fazer estragos. Mas os nomes das próximas tempestades em Portugal já estão definidos, seguindo uma ordem alfabética: Ana, Bruno, Carmen, David, Emma, Felix, Gisele, Hugo, Irene, Jose, Katia, Leo, Marina, Nuno, Olivia, Pierre, Rosa, Samuel, Telma, Vasco e Wiam.

A iniciativa de dar nome às tempestades que afetam o Sul da Europa resulta da colaboração das agências de meteorologia de Portugal (IPMA), Espanha (AEMET) e França (MétéoFrance), num projeto que visa “assegurar e facilitar a cooperação” entre os serviços de meteorologia dos vários países, melhorando a comunicação entre autoridades em caso de fenómenos meteorológicos que afetem toda a região sul do continente europeu.

Além disso, a iniciativa pretende também aumentar a eficácia da comunicação pública das medidas de emergência necessárias. “Uma experiência semelhante desenvolvida desde 2015 no Reino Unido e na Irlanda demonstrou que a população permanece mais atenta às recomendações de segurança quando a ameaça de vento forte está claramente identificada”, lê-se numa nota da Agência Estatal de Meteorologia de Espanha.

Nem todas as tempestades serão batizadas. Apenas “aquelas que se agravem de tal maneira que possam produzir um grande impacto em bens e pessoas”, esclarece o organismo espanhol. O processo de atribuir o nome à tempestade será, na verdade, muito simples. Entre os três países, o primeiro a emitir um “aviso de nível laranja ou vermelho dará o nome à tempestade”, seguindo a “lista pré-estabelecida e informando os outros dois”, é explicado no comunicado.

Contudo, poderá haver exceções a esta lista de nomes. Se a tempestade já tiver sido nomeada pelo Centro Nacional de Furacões (NHC) de Miami, por já ter afetado antes a América Central e se dirigir depois para a zona da Europa, deverá ser utilizado o mesmo nome, acrescentando-se o prefixo “ex-“.

A nomeação das tempestades será também feita em coordenação com outros serviços, nomeadamente com o Reino Unido e a Irlanda. “Quando se preveja que uma tempestade profunda afete primeiro a Irlanda ou o Reino Unido, o nome será escolhido de forma coordenada pelo Met Eireann e pelo Met Office, e será respeitado pelo grupo formado pela Météo-France, IPMA e AEMET. No caso oposto, também se respeitará de maneira recíproca. Está a planear-se a extensão desta coordenação a todos os países europeus”, conclui o comunicado.

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