O secretário de Estado das Infraestruturas, Guilherme de Oliveira Martins, assegurou esta quarta-feira no parlamento que está garantida a segurança no túnel do Marão e que foram cumpridos todos os procedimentos durante os incêndios de junho e agosto.
Guilherme de Oliveira Martins foi ouvido ao início desta noite na Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas sobre os incêndios no túnel do Marão, a pedido do PSD, depois de, no espaço de dois meses, terem ocorrido dois fogos em viaturas dentro daquela infraestrutura, na Autoestrada 4 (A4), entre Amarante e Vila Real.
A 11 de junho deste ano ardeu um autocarro que transportava 20 passageiros e no dia 08 de agosto um automóvel, não se tendo verificado em nenhum dos casos vítimas.
Contudo, a infraestrutura ficou fechada ao trânsito por diferentes períodos de tempo.
Durante a audição, Guilherme de Oliveira Martins assegurou aos deputados que “o plano de emergência foi cumprido” e que “não houve falhas no sistema de segurança”.
“Quero aqui dizer que a resposta dada foi satisfatória. Não houve vítimas e foi possível abrir ao tráfego de forma célere”, sublinhou.
O governante informou a Comissão de que ainda decorre um inquérito ao incidente de junho, a cargo da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC).
“As conclusões deste inquérito serão reveladas a seu tempo, mas isso não me impede de ser muito claro relativamente à segurança do túnel”, ressalvou.
As garantias de Guilherme de Oliveira Martins não convenceram os deputados, sobretudo os do PSD, e até do próprio PS, que, pela voz de Ascenso Simões, acusou o Governo de estar enganado sobre esta matéria.
“Como é que eu posso ser deputado com uma cara limpa e dizer aos cidadãos do meu distrito que os serviços do Estado estão a fazer tudo para os salvaguardar e que enganam o Governo e o Governo aceita ser enganado, quando eu todas as semanas passo no túnel com uma sensação de insegurança como quando passava no IP4. Não é possível”, afirmou o deputado socialista, eleito pelo distrito de Vila Real.
Os deputados incidiram as críticas sobretudo na falta de meios nos bombeiros locais e no facto do centro de controlo do Túnel do Marão, que após a abertura funcionou na infraestrutura, ter sido deslocalizado para a sede da Infraestruturas de Portugal (IP), em Lisboa.
Na resposta às críticas, Guilherme de Oliveira Martins assegurou que “já foram tomadas medidas para melhorar e otimizar a atuação dos profissionais da proteção civil para responder a situações similares e que se mantém no terreno equipas de gestão e de intervenção.
Relativamente à descentralização do centro de controlo, o governante ressalvou que se trata de “uma decisão técnica que cabe à IP avaliar”.
“Para o Governo, aquilo que interessa é a segurança dos utilizadores do túnel. Aquilo que podemos afirmar é que temos os melhores recursos e competências”, sublinhou.
O Túnel do Marão, que liga Amarante, no distrito do Porto, a Vila Real, abriu em maio de 2016 e tem duas galerias gémeas, cada uma com duas faixas de rodagem e com um comprimento de 5.665 metros.