Uma mulher foi nomeada pela primeira vez para a posição de bispa de Londres, a terceira figura clerical mais importante da Igreja Anglicana, depois do arcebispo de Cantuária (primaz de toda a Inglaterra) e do arcebispo de York.

Segundo o diário britânico The Guardian, a nomeação da bispa Sarah Mullally para a diocese de Londres agradou às fações mais progressistas da Igreja Anglicana, mas causou algum desconforto entre as alas mais conservadoras, que se opõem à ordenação de mulheres.

A primeira sacerdotisa anglicana em Inglaterra foi ordenada em 1987, apesar de entre algumas comunidades da Comunhão Anglicana (como no Canadá ou no Brasil) já haver, por essa altura, permissão para a ordenação de mulheres.

Apesar do desagrado que causou em algumas alas da Igreja, Sarah Mullally fez questão de, numa conferência de imprensa na Catedral de São Paulo em Londres nesta segunda-feira, sublinhar que respeita ambos os lados. “Respeito aqueles que não aceitam o meu ministério episcopal porque sou uma mulher”, disse.

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Sarah Mullally, nos primeiros anos enquanto sacerdotisa foi também enfermeira em vários hospitais londrinos, destacou que é “um privilégio maravilhoso” servir a Igreja Anglicana enquanto bispa da diocese de Londres.

Afinal, porque não podem as mulheres ser padres?

“Muitas vezes perguntam-me como tem sido ter duas carreiras, primeiro no serviço nacional de saúde e agora na igreja. Prefiro pensar que sempre tive uma vocação: seguir Jesus Cristo, conhecê-lo e torná-lo conhecido, procurando sempre viver com compaixão ao serviço dos outros, quer como enfermeira, sacerdotisa ou bispa”, disse Sarah Mullally.

A nomeação de uma mulher para a diocese de Londres é particularmente significativa, não apenas por se tratar de uma das dioceses mais importantes do país e por o seu titular ser a terceira figura na hierarquia da Igreja de Inglaterra, mas também porque é uma das dioceses com maior peso da ala conservadora, que se opõe à ordenação de mulheres.