Com o país a viver uma epidemia de gripe leva a moderada, os hospitais do Norte e de Lisboa e Vale do Tejo já abriram 80% das camas extra previstas no plano de contingência para fazer face a o aumento da afluência às urgências hospitalares, dá conta, esta sexta-feira, o jornal Público.

Segundo o jornal, que cita dados do Ministério da Saúde, os hospitais da região norte já abriram 213 das 258 camas extra previstas no dito plano de contingência de inverno e o presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo avançou também que já foram abertas 80% das 700 camas previstas nesta região para internar doentes. Feitas as contas, estão disponíveis só nestas duas regiões mais 700 camas para internar doentes e dar vazão ao grande número de casos que têm chegado às urgências nestes últimos dias.

Esta informação chega depois de o Expresso ter noticiado, na quinta-feira, que há pelo menos dois dias cerca de 80 doentes estavam hospitalizados em macas no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, por falta de camas nas enfermarias.

Também esta quinta-feira, em conferência de imprensa, a diretora geral de Saúde, Graça Freitas, avançou que Portugal está em epidemia de gripe, mas que a atividade gripal é leve a moderada e que o vírus dominante a circular dá geralmente épocas gripais de menor intensidade.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

DGS: atividade gripal em Portugal é leve a moderada

Estão em circulação dois tipos de vírus da gripe A (H1 e H3) e outros dois tipos de vírus B. Os dois tipos de vírus da Gripe A estão contemplados na vacina que está a ser ministrada à população, assim como um dos tipos de vírus B. Há apenas um tipo de vírus B que não está contemplado pela vacina, mas Graça Freitas desdramatizou, explicando que o vírus B é, tendencialmente, mais moderado e menos agressivo.

Nessa mesma conferência, Ricardo Mestre, responsável da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), frisou que os hospitais têm estado a responder de forma adequada ao aumento da procura, assumindo, porém, que “episodicamente” haverá hospitais “com um tempo ou outro de resposta acima do normal”.

Há pressão nas urgências e cirurgias suspensas mas serviços respondem bem

Até agora foram vacinados mais de 1,3 milhões de pessoas no SNS e a diretora geral de Saúde voltou a deixar um apelo à vacinação porque além de prevenir a gripe, evita as complicações da doença.

Graça Freitas apelou ainda aos utentes para que contactem a linha SNS 24 (808 24 24 24) antes de procurarem um serviço de saúde.

O aumento da afluência às urgências nestes período do ano não é uma novidade. Muito pelo contrário. Especialistas apontam para falta de confiança dos utentes no médico e no estetoscópio, outros falam em falta de resposta dos cuidados de saúde primários. E há ainda o problema das falsas urgências que, por regra, ronda os 30% do total das urgências.

Enchente nas urgências hospitalares. Porque é que isto se repete? E como se resolve?