A CES (Consumer Electronic Show) é a maior feira internacional de tecnologia e arranca esta terça-feira em Las Vegas (EUA). Objetivo? Mostrar as últimas novidades tecnológicas a distribuidores e clientes. Apesar de nem toda a gente poder ir (nem sequer há bilhetes à venda para o cidadão comum) é neste evento que as empresas da indústria da tecnologia revelam o que os consumidores vão querer comprar nos próximos meses. Pelo menos até à próxima CES.
Há mais de 50 anos (desde 1967) que os produtos disruptivos do mercado tecnológico são apresentados pela primeira vez nesta feira. Foi na CES que novidades como o gravador de cassetes, o DVD, as televisões plasmas ou os blu-rays foram mostrados em primeira mão. Com a indústria continuamente a avançar a um ritmo vertiginoso, muitas são as novidades esperadas para 2018. Veja as principais áreas da indústria de produtos tecnológicos que vão ter especial relevo nesta edição da CES.
“Estou, está a ouvir?” Olá, Alexa e Echo
Em Portugal, o fenómeno não afetou ainda o consumidor português, mas lá fora o cenário é bem diferente, principalmente nos Estados Unidos da América. A grande aposta de tecnológicas como a Google, a Amazon ou a Apple (entre outras) está a passar por assistentes virtuais em forma de mini coluna de som que, pelo controlo de voz do utilizador, permitem ser um ajudante para todos os membros do lar. “Alexa, que canção é esta?”, “Echo, toca uma música calma”, “Alexa, como está o tempo?”, são algumas das perguntas que se podem fazer as estas colunas de som inteligentes (do inglês smartspeaker). Já foram acusadas de serem escutas para os serviços secretos americanos e empresas, mas não é nada que os smartphones, computadores e até microondas não tenham sido acusados também.
Assistentes pessoais. Alexa e Cortana vão trabalhar em conjunto
À semelhança dos assistentes virtuais já disponíveis nos smartphones — como a Siri, nos iPhone –, estes sistemas de inteligência artificial que querem ser os assessores particulares do mundo 2.0 não estão só disponíveis em colunas próprias. Marcas como a LG estão a integrar a tecnologia em eletrodomésticos. Por mais que seja uma tecnologia interessante, não só não está disponível em português, como vai demorar — bastante — até chegar a Portugal. Mesmo que fale inglês, vai ser difícil utilizar a tecnologia de forma eficiente porque esta está pensada para quem seja nativo na língua. Num mercado de 10 milhões de habitantes como o português, as empresas ainda não têm grande interesse em disponibilizar estes dispositivos.
Realidade aumentada é a nova realidade virtual
Se nos últimos anos a realidade virtual chegou ao grande público, agora a nova tendência é a realidade aumentada. Fechar o consumidor completamente no mundo digital continua a ter sucesso, mas a ordem do dia é juntar os dois mundos. Os smartphones já utilizam a tecnologia e as grandes empresas começam a mostrar aplicações bem interessantes (como a app do IKEA para se ver móveis virtuais na sala de estar, que escolhemos como uma das mais relevantes de 2017), mas falta o próximo passo. Óculos que mostrem conteúdo digital a sobrepor-se na visão do utilizar.
É um mercado de 404 mil milhões. Aumentar a realidade é a próxima “grande cena”?
O fim de ecrãs, o início de hologramas. O sonho é grande, verdade. Mas é na CES que vai ser dado o passo definitivo com os primeiros óculos inteligentes? Provavelmente não, mas sabemos que os primeiros passos vão ser dados, porque a realidade aumentada está na ordem do dia. Já se sabe que a Vuzix vai mostrar uns novos smartglasses, que, além de caros (cerca de 750 euros), podem ainda não ser o que se anda à procura neste mercado.
Quanto à realidade virtual, não foi deixada de parte — está é numa etapa mais à frente. O objetivo é o de melhorar a tecnologia já existente e, por isso, é que a HTC e a Valve anunciaram uns óculos VR mais potentes e, o melhor, um adaptador wireless.
Smartphones aos magotes
Mesmo com o rumor de que a Samsung vai anunciar o modelo S9 durante a CES, uma coisa é certa: havendo ou não um novo topo de gama, o que não vai faltar nos próximos dias são anúncios de novos modelos de smartphones. A Sony, a Alcatel ou a Huawei são apenas algumas das (muitas) marcas a que estão presentes no evento com novidades para 2018.
Mais bateria, maior resolução de ecrãs, melhor performance e, a nova moda, “inteligência artificial”. Na prática não se espera nada que mude o mercado. Telemóveis de dois ecrãs ou ecrãs dobráveis são alguns dos rumores.
Carros: elétricos, autónomos e até aqueles que apenas andam
Táxis voadores e carros que andam sem condutor, tudo descartando combustíveis fósseis e utilizando a eletricidade. Nada é novo, mas na CES, além de novos produtos, cada vez mais assistimos à novas formas de nos deslocação. Como as grandes marcas de carros (como a Tesla ou a Toyota) se juntaram às empresas tecnológicas (como a Google e a Uber ou até a Bosch) na corrida pelo carro autónomo perfeito, é de esperar que surjam novidades nos próximos dias.
Wearables, gadgets, robots e tecnologia que parece mudar o mercado, mas não
Além de tudo o que foi referido acima, na CES há todo o tipo de produtos que pode imaginar. Eletricidade sem fios? CES 2018. Mini drones? CES 2018. Novos wearables (tecnologia que se veste)? CES 2018. Tratando-se de headphones sem fios, computadores ultrafinos ou televisões capazes de definições de imagens ainda mais avançadas que o 4k, é certo que os próximos dias serão o arranque de um ano tecnológico em produtos.