O exército turco anunciou que realizou este sábado novos ataques contra a milícia curda das Unidades de Proteção Popular (YPG) no norte da Síria, enquanto uma ofensiva terrestre parece iminente.
As forças armadas turcas afirmaram ter atingido as posições da YPG “em legítima defesa”, em resposta a tiroteios na região síria do Afrine, controlada pela milícia curda, considerada por Ancara uma organização terrorista.
Ataques similares já haviam ocorrido na sexta-feira, confirmou o exército.
O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, ameaçou repetidamente, nos últimos dias, lançar uma operação militar terrestre conjunta com rebeldes sírios pró-Ancara para expulsar o YPG da área de Afrine.
Ancara acusa o YPG de ser o ramo sírio do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que promove a rebelião no sudeste da Turquia há mais de 30 anos e é considerado por Ancara e os seus aliados Ocidentais uma organização terrorista.
O YPG também foi um aliado essencial dos Estados Unidos, parceiros da Turquia na NATO, na guerra contra o grupo extremista Estado Islâmico (IS), desempenhando um papel importante em expulsar os ‘jihadistas’ de todos os seus principais ‘feudos’ na Síria nos últimos anos.
O ministro da Defesa turco, Nurettin Canikli, disse na sexta-feira que a operação militar “começou de facto”, mas confirmou que as tropas terrestres ainda não haviam entrado em território sírio.
Os analistas acreditam que não haverá uma ofensiva razoavelmente importante na Síria sem um acordo com a Rússia, presente militarmente na região e que tenha boas relações com o YPG.
O chefe do exército turco, o general Hulusi Akar, e o oficial dos serviços de informação Hakan Fridan viajaram para Moscovo na quinta-feira para estabelecer um diálogo sobre a Síria com seus homólogos russos.