O Jardim Zoológico de Lisboa apresentou esta quarta-feira a sua nova residente, uma cria fêmea de girafa-de-angola, subespécie classificada como “vulnerável” no seu habitat, que nasceu no Zoo em novembro, com quase 1,90 metros de altura.

A “pequena” girafa-de-angola ainda não tem nome e o seu nascimento, após 15 meses de gestação, é também importante por se tratar de uma fêmea, depois de os últimos nascimentos verificados terem sido de machos.

“Está no exterior todos os dias com acesso livre ao interior, anda junto da mãe e dos outros animais do grupo. Neste momento, temos três machos e quatro fêmeas, a contar com ela, e está totalmente adaptada. Os primeiros tempos passou-os mais junto da mãe, mas agora já está no grupo e, quando está cá fora, pode ser vista pelos visitantes”, disse à Lusa José Dias Ferreira, coordenador dos mamíferos do Zoo de Lisboa.

O treinador captou em vídeo o nascimento e os primeiros passos da cria, “que é a melhor forma de o fazer, porque as girafas estão habituadas àquela pessoa e a mãe ficou tranquila enquanto o tratador filmava”, o que permitiu aos técnicos analisar a forma como decorreu o parto.

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De acordo com José Dias Ferreira, “só existem mais três Jardins Zoológicos com esta subespécie de Angola no mundo inteiro”.

“Nós fomos os primeiros a ter a subespécie e, a partir daqui, saíram outros animais para outros Jardins Zoológicos, dois em Espanha e um em França. A ideia do coordenador da espécie é a de manter junto da Península Ibérica o núcleo de animais desta subespécie para facilitar a troca entre Jardins Zoológicos. O transporte de uma girafa é sempre um procedimento muito complicado. Só há uma empresa ou duas na Europa a fazer transporte de girafas, portanto, quanto mais curta for a viagem melhor”, salientou.

Segundo informações do Jardim Zoológico de Lisboa, o declínio da girafa-de-angola, uma subespécie com uma pelagem única, no habitat levou a que a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) a classifique atualmente como “vulnerável”.

Originária das savanas e zonas áridas arborizadas de toda a África Subsariana, a girafa é o animal mais alto do mundo, podendo atingir 5,5 metros de altura.

Caracterizada pelo seu pescoço longo, que lhe possibilita procurar alimento em ramagens muito altas, e pela sua língua comprida e azulada, possui dois cornos curtos, cobertos de pele e pelo, que crescem lentamente ao longo da sua vida.

Herbívora ruminante, seleciona folhagens com uma qualidade nutricional elevada, situadas a uma altura de dois a cinco metros.

Devido à grande percentagem de água existente no seu alimento preferido (as folhas das acácias), as girafas conseguem manter-se sem beber água durante longos períodos de tempo, sendo raros os momentos em que a pequena cria acompanha a mãe às fontes de água.

As girafas dormem durante curtos intervalos de apenas alguns minutos de cada vez, de uma média de 30 minutos até ao máximo de duas horas por dia. Fazem-no deitadas com a cabeça apoiada na garupa, mas descansam também de pé, com a cabeça erguida.

Por norma nasce apenas uma cria, que é amamentada até pelo menos aos oito meses de idade, mas que se mantém dependente da progenitora até perto dos dois anos ou mesmo até atingir a maturação sexual, entre os quatro e os seis anos.