Se está à espera para comprar uma versão diesel do Cayenne, do Panamera ou do Panamera Sport Turismo, é capaz de ter de esperar muito mais do que desejaria. Isto porque a marca alemã do Grupo Volkswagen decidiu antecipar a decisão de abandonar os motores turbodiesel, com efeitos imediatos.
A Porsche, se por um lado tem sofrido alguns revezes à custa do Dieselgate, ficou particularmente entusiasmada com o sucesso das versões híbridas plug-in, a gasolina, do Panamera e do Sport Turismo, a versão berlina do familiar da casa, que suscitaram maior interesse do que o inicialmente previsto. Foi basicamente este juntar de 2 mais 2 que levou o construtor de Zuffenhausen a parar de imediato a inclusão dos motores a gasóleo no Cayenne e gama Panamera, ficando o diesel exclusivo do actual Macan, com a certeza de que não passará à próxima geração.
Se o afastar das unidades a gasóleo foi uma surpresa, o mesmo não se poderá dizer do previsível alastrar das motorizações híbridas e plug-in, especialmente estas últimas, que permitirão recorrer a motores mais pequenos, logo mais leves, mais baratos e com menores consumos e emissões. Esta é uma decisão que poderá agradar simultaneamente aos “puristas”, fãs dos motores a gasolina, bem como aos clientes que procuram baixos custos de utilização, uma vez que os plug-in podem ser muito interessantes para quem percorra cerca de 50 km por dia em circuito urbano. Já os restantes, os que percorrem regularmente grandes distâncias, não vão ficar tão satisfeitos com o desaparecimento da solução a gasóleo.
A decisão de banir os diesel surge a cerca de dois anos da apresentação da versão definitiva do primeiro modelo 100% eléctrico da Porsche. Hoje é conhecido como Mission-E, nome que deixará cair a favor de uma denominação mais de acordo com os parâmetros da casa. Previsto para início de 2020 (no limite, fim de 2019), sabe-se já que a berlina desportiva eléctrica vai oferecer vários níveis de potência, para responder aos Tesla Model S 75D, 100D e P110D, devendo recorrer às habituais denominações, ou seja, Carrera, Carrera S e Carrera GTS. As motorizações serão de 300 kW (408 cv), 400 kW (544 cv) e 500 kW (680 cv), sendo propostas a partir de 85.000€ e oferecendo a capacidade de recarregar 80% da bateria em apenas 15 minutos, fruto de postos com a potência de 350kW, desenvolvidos pela portuguesa Efacec, que se assumem como os mais rápidos do mercado, ultrapassando os da Tesla, que se ficam pelos 120 kW e deixando a anos-luz os actuais carregadores rápidos, que oscilam entre 43 e 50 kW.