O ator e humorista Jim Carrey está de saída do Facebook, mas essa decisão não lhe basta. Carrey pediu aos acionistas da rede social que vendam os seus títulos, os mesmos que lhes deram lucros com origem na difusão de anúncios e notícias criados pelo governo russo durante a campanha para as presidenciais norte-americanas, em 2016. O ator vai mais longe e pede que todos os utilizadores façam o mesmo e desistam do Facebook.

“Devemos incentivar uma maior supervisão dos donos destas redes sociais”, referiu Jim Carrey à CNBC. “Este acesso facilitado a tudo tem de ser mais bem gerido. Aquilo de que o mundo precisa é de investidores que enviem mensagens responsáveis e um capitalismo com consciência”.

Esta terça-feira, o comediante tweetou que tinha apagado a sua página de facebook porque foi a rede social em questão que permitiu a interferência russa na corrida à Casa Branca em 2016 e acrescentou uma nova hashtag: #unfriendfacebook.

“Durante muito tempo a América tirou partido da sua vantagem geográfica, por estar isolada dos dois lados por dois oceanos, que a protegem”, disse também o ator. “Agora os meios de comunicação criam pontes cibernéticas até para aqueles que não têm os melhores interesses em mente e nada nos vai proteger disso”.

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Tanto o Facebook como o Twitter e a Google têm sido investigadas nos últimos meses pelo Congresso norte-americano, depois de ter sido notícia que entidades russas poderão ter usado algumas redes sociais para disseminar notícias falsas para influenciar as eleições que ditaram a vitória de Donald Trump na corrida à Casa Branca em 2016.

Em outubro, adianta o site CNET, o Facebook disse ao Comité Judiciário do Senado norte-americano que cerca de 126 milhões de cidadãos, um terço da população dos Estados Unidos, foram expostos a essas mesmas notícias falsas e anúncios criados pela Rússia durante a campanha para as presidenciais.

Ainda antes, em setembro, acrescenta o mesmo site, o Facebook disse ter identificado cerca de 500 contas “sem autenticidade” que compraram 100 mil dólares (80 mil euros) em anúncios com grande teor político, com temas como imigração, armas e os direitos da comunidade LGBTI.

Inicialmente, o fundador da rede social, Mark Zuckerberg, disse que a ideia da interferência russa nas eleições “não fazia sentido”, mas mais tarde pediu desculpa por não ter percebido a preocupação crescente em relação a este assunto. Até agora o Facebook também ainda não comentou o “movimento” que pode estar a ser criado por Jim Carrey.