Mais de 500 civis, incluindo uma centena de crianças, morreram nos bombardeamentos do regime sírio no leste de Ghouta, nos últimos sete dias, uma carnificina que a comunidade internacional ainda não conseguiu parar.
“Em sete dias, 505 civis foram mortos, incluindo 123 crianças, e há mais de 2.400 feridos”, disse o diretor do Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSHR), Rami Abdel Rahmane, após a descoberta de outros corpos nos escombros.
A votação no Conselho de Segurança da ONU sobre uma trégua humanitária de um mês na Síria, programada para sexta-feira, foi adiada para este sábado, após sucessivos adiamentos que ilustram as divisões profundas nas Nações Unidas sobre o conflito que devasta a Síria há quase sete anos.
As negociações foram realizadas para evitar um veto pela Rússia — um aliado do regime do Presidente sírio, Bashar al-Assad, a quem fornece apoio militar crucial na guerra — e um novo texto de resolução que prevê um cessar-fogo imediato será apresentado com a esperança de que seja adotado.
Enquanto se espera por esta votação, a força aérea e a artilharia do regime bombardearam o leste de Ghouta pelo sétimo dia consecutivo, afirmou o Observatório, referindo ainda que a aviação russa participou nos ataques.
Pelo menos 29 civis, incluindo quatro crianças, morreram hoje no bombardeamento, após intensos ataques noturnos que causaram incêndios em áreas residenciais, segundo a organização não-governamental.
Em Douma, a principal cidade de Ghouta, vários corpos, inclusive de crianças, foram transportados para uma clínica improvisada, disse um correspondente da agência de notícias AFP. Enrolados em cobertores, foram colocados numa sala transformada num necrotério.