Uma empresa chinesa, cujo nome não foi divulgado, terá contactado a Mercedes com o objectivo de vender uma base de dados muito completa e detalhada, sobre os consumidores daquele país. Proposta “indecente” que a marca alemã terá recusado, por entender que isso seria uma violação do direito à privacidade desses mesmos clientes.
A notícia foi avançada pela Quartz, com base numa conversa tida com um director de Estratégia da Mercedes, Claus Ehlers, que revelou a recepção desta proposta, que roça – se não ultrapassa mesmo – os limites da legalidade. Da ‘oferta’ da companhia chinesa fariam inclusivamente parte dados sobre as profissões e cargos dos referidos consumidores, com base em informações oficiais do próprio Governo chinês.
Se a Mercedes tivesse alinhado no negócio, tais informações permitiriam ao construtor não só levar a cabo uma série de estratégias de vendas muito precisas para cada grupo de consumidores, como até mesmo saber a altura certa em que o potencial cliente estaria em condições de trocar de viatura, o tipo de carro que iria necessitar e até mesmo quanto poderia pagar por ele…
Na base de todo este problema, estão não só as empresas com menos escrúpulos que constroem bases de dados, como também a digitalização e a conectividade cada vez mais presentes no automóvel. Tecnologias que, facilitando-nos a vida, também facilitam o acesso a cada vez mais informações sobre os nossos hábitos, por parte do fabricante automóvel. Obrigando-nos, a partir daí, a confiar na idoneidade deste, assim como nos seus sistemas de segurança, para que a nossa privacidade continue salvaguardada. É certo que esta é uma questão com a qual já nos debatemos, por exemplo, nos nossos smartphones e computadores. Mas não deixa de ser algo sobre o qual devamos ponderar…