A petrolífera norte-americana Anadarko está em conversações com nove empresas indianas para vender o gás que vai explorar em Moçambique, noticiou esta segunda-feira a agência de informação financeira Bloomberg, citando fontes não identificadas, mas conhecedoras do processo.

As companhias incluem a Indian Oil, a GAIL India e a Bharat Petroleum, e fazem parte da estratégia da petrolífera norte-americana de garantir os contratos de venda do gás natural antes de avançar com a Decisão Final de Investimento em Moçambique para a exploração de gás natural liquefeito.

A Anadarko já garantiu a venda de 5,1 milhões de toneladas de gás por ano, mas só quando assinar contratos para a venda de 8,5 milhões irá tomar a decisão de investir, de acordo com a Bloomberg, que adianta ainda que a empresa está também em contactos com empresas na China, Japão, Coreia do Sul e Indonésia.

Na semana passada, a Anadarko anunciou outro acordo de venda de gás natural da Área 1 à empresa pública Eletricidade de França. “Celebrar este contrato valida a posição de Moçambique como um fornecedor competitivo de gás natural liquefeito (LNG, na sigla inglesa) de longo prazo e como um dos principais novos projetos mundiais”, disse Mitch Ingram, vice-presidente executivo da Anadarko.

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O contrato de compra e venda de longo prazo com a Eletricidade de França (EDF) prevê o fornecimento de 1,2 milhões de toneladas por ano por um período de 15 anos. “A EDF é uma das maiores empresas de eletricidade do mundo”, destacou Ingram.

“O LNG de Moçambique é singular dada a sua localização, com capacidade para fornecer uma variedade de locais geográficos”, sendo que o contrato com a EDF oferece “acesso flexível à Europa”, que é um dos “principais mercados estratégicos”, refere a petrolífera.

O projeto Mozambique LNG, operado pela Anadarko, consistirá inicialmente em duas fábricas com capacidade total de 12,88 milhões de toneladas por ano para apoiar a exploração dos depósitos, sob o fundo do mar, 16 quilómetros ao largo da província de Cabo Delgado.