A Comissão Europeia apresenta esta quarta-feira, em Bruxelas, o “pacote de inverno do semestre europeu”, que inclui relatórios de análise sobre a situação económica de cada Estado-membro e apreciações aprofundadas sobre os países com desequilíbrios macroeconómicos, como Portugal.

Em novembro passado, no quadro do “pacote de outono” do ciclo de coordenação de políticas económicas e orçamentais da UE, o executivo comunitário decidiu manter sob análise aprofundada em 2018 os mesmos 12 Estados-membros nos quais foram identificados desequilíbrios macroeconómicos no ciclo anterior, entre os quais Portugal, tendo agora chegado a altura de apresentar as suas conclusões.

Com base nas análises constantes do Relatório sobre o Mecanismo de Alerta, a Comissão considerou no outono que Bulgária, Croácia, Chipre, França, Alemanha, Irlanda, Itália, Países Baixos, Portugal, Eslovénia, Espanha e Suécia mereciam uma análise aprofundada este ano (a Grécia fica de fora deste exercício já que os seus desequilíbrios macroeconómicos estão a ser monitorizados de perto no quadro do programa de ajustamento em curso).

Há um ano, na anterior análise aprofundada, Bruxelas identificou o crédito malparado, o elevado nível da dívida pública e privada e as fragilidades no mercado de trabalho como problemas que afetavam a economia portuguesa, mas decidiu em maio não agravar o procedimento de desequilíbrios macroeconómicos por considerar que o Programa Nacional de Reformas apresentado entretanto pelo Governo era “suficientemente ambicioso”.

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Além da análise aprofundada aos países que, segundo o executivo comunitário, apresentam desequilíbrios macroeconómicos que entravam o bom funcionamento das economias dos Estados-membros da área do euro ou da UE no seu conjunto, a Comissão fará uma análise à situação económica de cada país da União, com relatórios nos quais aprecia os progressos alcançados nas reformas que lhes foram recomendadas.

As análises da Comissão serão apresentadas ao início da tarde deste dia pelo vice-presidente responsável pelo Euro, Valdis Dombrovskis, e pelos comissários europeus dos Assuntos Económicos, Pierre Moscovici, e do Emprego e Assuntos Sociais, Marianne Thyssen, na sede do executivo comunitário, em Bruxelas.

Na passada sexta-feira, no final de uma visita de dois dias a Portugal, Dombrovskis afirmou que “a conclusão global é de que as coisas estão a melhorar”, com crescimento económico, desemprego a descer e dívida e défices públicos abaixo dos registados no passado, advertindo que é preciso continuar o trabalho em curso, de uma “agenda de reformas estruturais e políticas fiscais responsáveis”, para “assegurar que o crescimento económico é sustentável e duradouro”.