O número de casos suspeitos de sarampo subiu para 34, de acordo com dados da Direção-Geral da Saúde (DGS), publicados no site do Serviço Nacional de Saúde (SNS). O último balanço dava conta de 32 casos suspeitos. O número de casos confirmados mantém-se nos sete.

Desde 9 de março, foram confirmados sete casos de sarampo na região norte e recebidas 34 notificações de casos suspeitos“, pode ler-se no comunicado.

A DGS declarou oficialmente em comunicado esta quarta-feira “a existência de um surto” de sarampo em Portugal, depois de Graça Freitas, diretora-geral da Saúde, ter confirmado numa entrevista à SIC Notícias sete casos daquela doença na região Norte do país — cinco deles são profissionais de saúde do Hospital de Santo António, no Porto, e os restantes são dois casos isolados.

Graça Freitas adiantou ainda na entrevista que, dos 32 casos suspeitos que estavam confirmados na altura, “cinco apresentaram análises positivas, três negativas e as outras estão em curso“. De acordo com o comunicado da DGS, “está em curso a investigação epidemiológica detalhada da situação, que inclui a investigação laboratorial de todos os casos”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

20 profissionais de saúde do Hospital de Santo António, no Porto, com suspeitas de sarampo

No comunicado divulgado, a DGS recomenda que as pessoas verifiquem os boletins de vacinas e que, caso seja necessário, se vacinem contra o sarampo, recordando tratar-se de “uma das doenças infeciosas mais contagiosas podendo provocar doença grave, principalmente em pessoas não vacinadas”. No caso de pessoas vacinadas, “a doença pode, eventualmente, surgir, mas com um quadro clínico mais ligeiro e menos contagioso”.

A DGS aconselha ainda a “quem esteve em contacto com um caso suspeito de sarampo e tem dúvidas” que ligue para a Linha Saúde 24 (número 808 24 24 24). Deve também ligar para aquela linha quem tiver “sintomas sugestivos de sarampo (febre, erupção cutânea, conjuntivite, congestão nasal, tosse)”. Com esses sintomas, a DGS recomenda que “não se desloque e evite o contacto com outros”.

O sarampo provocou 35 mortes no ano passado, incluindo uma em Portugal, só num conjunto de 50 países da região europeia, onde se registaram mais de 20 mil casos em 2017. No ano passado, Portugal teve dois surtos simultâneos de sarampo (num total de 29 casos), que chegaram a provocar a morte de uma jovem de 17 anos.

Nove perguntas e respostas para perceber o surto de sarampo

Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), “cada nova pessoa afetada pelo sarampo na Europa relembra que crianças e adultos não vacinados, independentemente de onde vivam, continuam em risco de contrair a doença e de a passar a outros que possam ainda não estar vacinados”.

O sarampo é uma doença grave, para a qual existe vacina, contudo, o Centro Europeu de Controlo de Doenças estima que haja uma elevada incidência de casos em crianças menores de um ano de idade, que ainda são muito novas para receber a primeira dose da vacina. Daí que reforce a importância de todos os outros grupos estarem vacinados de forma a que não apanhem nem transmitam a doença. Segundo os dados de 2017, mais de 87% das pessoas que contraíram sarampo não estavam vacinadas.