A destruição de parte da unidade gráfica da Porto Editora na Maia que na semana passada foi atingida por ventos fortes — naquilo que o Instituto Português do Mar e da Atmosfera descreveu como “fenómeno climatérico extremo” — veio comprometer as operações de preparação do próximo ano escolar, conta esta manhã o jornal Público. É por esta altura que a empresa costuma começar a mandar amostras de manuais para as escolas poderem escolher qual será o oficial nas disciplinas em que haverá alteração.

O grupo Porto Editora tem uma quota de mercado de cerca de 60% do segmento dos manuais escolares e o responsável de comunicação, Paulo Gonçalves, disse ao jornal que vão ser feitos todos os possíveis para assegurar a normalidade das operações nesta época do ano, altura em que as encomendas chegam a ser de 10 mil por dia. Mas a tarefa não vai ser fácil porque na melhor das hipóteses a unidade gráfica só estará reconstruída perto do final do ano.

Por agora, e para manter a produção que costuma rondar 80 mil por dia, a empresa vai ter de subcontratar gráficas, em Portugal e em Espanha, “e onde mais for preciso”, para dar resposta aos pedidos dos clientes, admitiu o diretor de produção, Eduardo Viana. Além disso, a Porto Editora vai ainda reactivar instalações que estavam abandonadas e alugar armazéns e outros espaços logísticos para recolher equipamentos e materiais para reativar a produção o mais cedo possível.

O mercado livreiro também está a ser afetado pela destruição das instalações do grupo na Maia e, neste momento, as encomendas online da Wook e da Bertrand estão comprometidas. O grupo Porto Editora investiu dez milhões de euros nesta unidade gráfica inaugurada em 2010 mas espera-se que os prejuízos não atinjam este valor porque existe a esperança de ser possível aproveitar algumas máquinas. As 180 pessoas que trabalham nas áreas de produção e logística não têm os empregos comprometidos e neste momento estão a colaborar nas operações de limpeza.

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