O museu de futebol da FIFA tem muito de Cristiano Rolando e de Portugal na parte do ‘merchandising’, mas é escasso em informação lusa no ‘coração histórico’ do moderno projeto localizado em Zurique, Suíça. Cristiano Ronaldo parece bater Messi nas centenas de desenhos expostos feitos e enviados por crianças de todo o Mundo, e também é a principal figura de vários livros sobre futebol na loja, porém ao ‘capitão’ do campeão da Europa — e ao país – falta agora o título Mundial para que o museu seja ainda mais atrativo e significativo para os portugueses.
“O museu existe há apenas dois anos e já somos o terceiro mais visitado da cidade. O ano passado foram 120.000 pessoas. Vem gente de todo o mundo, até dos lugares mais remotos e incríveis. Certamente que se Portugal conquistar o título na Rússia2018, haverá mais compatriotas a visitar-nos”, disse à Lusa Hans-Georg Sussmann, diretor-adjunto. Portugal tem como melhores desempenhos o terceiro lugar em 1966, em Inglaterra, e a quarta posição em 2006, na Alemanha.
Quando foi criado, em 2016, no primeiro mês este espaço acolheu curiosos oriundos de 140 países, que podem comprar uma camisola autografa de Cristiano Ronaldo e Messi por 470 euros, ou encontrar o equipamento oficial de outros mundiais, como o das ‘quinas’ de 1966, por 67 euros. Os 3.000 m2 do espaço distribuídos por três pisos contam tudo sobre a história do futebol, sendo que os visitantes começam logo por ser surpreendidos por um arco-íris feito com as camisolas das 211 seleções membros da FIFA, começando à esquerda no amarelo, passando pelos azuis, verdes, brancos e terminando nos vermelhos, onde se inclui Portugal.
Depois de aprender sobre as origens da história do futebol e das suas estruturas, as escadas levam-nos ao andar inferior, onde se destaca a “linguagem” deste desporto, como se fala e vê em todo o Mundo, com tributos a vários dos pioneiros da modalidade, bem como às grandes lendas que tornaram este no mais amado desporto da história da humanidade. O museu é fértil em desafios de interação com o visitante, que começam neste piso, no qual se pode assistir também a um filme de oito minutos que resume a paixão do futebol em imagens de vários mundiais. É neste andar que pode ser apreciar o troféu a entregar aos campeões do mundo.
No andar superior, destacam-se os afetos que o futebol provoca na sociedade, com um conjunto de exemplos inspiradores, como as Dick Kerr Ladies, equipa feminina criada em 1917 — extinta em 1965 — que chegou a jogar perante mais de 50.000 espetadores e fez várias digressões mundiais, ajudando a mudar o papel da mulher na sociedade. O caso ainda de pescadores de uma ilha de El Salvador que um dia foram surpreendidos, ao serem desafiados a sair das areias de uma praia da sua pobre aldeia para representar o país num Mundial de futebol de praia, atingindo as meias-finas e tornando-se, subitamente, heróis nacionais.
O futebol na vida de um invisual em França ou o impacto de um pequeno campo sintético para crianças que vivem em ilhas flutuantes na Indonésia estão também entre o lote de casos inspiradores. Os fãs têm também um ‘pinball’ humano, onde podem testar as suas habilidades com bola, e, logo a seguir, há exemplos de criatividade, ou seja, de como nos vários países do Mundo o génio humano improvisa bolas de futebol. Portugal defronta hoje o Egito em Zurique, Suíça, e segunda-feira a Holanda em Genebra, preparando o Mundial da Rússia no qual defrontará, na primeira fase, a Espanha (15 junho), Marrocos (20) e o Irão (25).