A italiana Pirelli anunciou que acrescentou à sua gama de pneus para clássicos os Stelvio Corsa, uns pneumáticos que podem apenas “calçar” os 39 exemplares produzidos do Ferrari 250 GTO – tão só o carro mais caro do mundo, pois oficialmente uma das suas unidades foi vendida em 2014 por 35 milhões de euros, mas ainda no ano passado apareceram mais três cujos donos pediam valores na ordem dos 50 milhões para se despedirem do desportivo italiano.

Significa isto que personalidades como o estilista Ralph Lauren, o magnata americano das comunicações Craig McCaw ou o baterista dos Pink Floyd, Nick Mason, alguns dos conhecidos proprietários de um Ferrari 250 GTO, já não têm de se preocupar em pisar o alcatrão e, com isso, desgastar a borracha, pois não correm o risco de ficar irremediavelmente com os pneus carecas… Graças ao trabalho da Pirelli, que tratou de revisitar o arquivo da Ferrari, para produzir pneumáticos com as mesmas medidas e design que os originais, dos anos 60. Desse trabalho resultaram uns 215/70 R15 98W para o eixo dianteiro e uns 225/70 R15 100W para as rodas de trás.

Porém, se o padrão e as medidas recuam umas décadas, a borracha em si integra os mais avançados compostos da indústria, de modo a incrementar a eficiência e a fiabilidade dos pneus e, sobretudo, melhorar a respectiva aderência em piso molhado. O que se compreende, pois o desportivo de dois lugares é um tracção traseira que monta à frente um V12 3,0 litros com 300 cv. Ora, como pesa apenas 880 kg e pode atingir 300 km/h, é bom que fique colado à estrada, mesmo quando o asfalto está escorregadio…

Mas, o que ganha a Pirelli em fazer pneus para 39 carros? É certo que não é invulgar, mas será coincidência o facto de este produto ser anunciado apenas algumas semanas depois de o patrão da Ferrari, Sergio Marchionne, ter admitido aos media, no Salão de Genebra, que a Ferrari estava a considerar a hipótese de ‘reeditar’ alguns dos seus modelos do passado mais emblemáticos? A materializar-se esta hipótese, o 250 GTO perfila-se como o mais indicado. Até porque, inicialmente, estava prevista a produção de uma centena de unidades.

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