O ministro da Saúde de Cabo Verde, Arlindo do Rosário, disse esta segunda-feira que 42% do plano de emergência de combate e prevenção ao vírus zika no país já foi executado e as autoridades esperam concluir o processo até novembro. O ministro da Saúde cabo-verdiano falava durante o ato de tomada de posse dos membros do Comité de Pilotagem do Zika, que tem o objetivo de apoiar a execução, seguimento e avaliação do plano nacional de combate ao zika, bem como outras arboviroses no país.

O plano, avaliado em 2.4 milhões de euros e que conta com o cofinanciamento do Banco Africano do Desenvolvimento (BAD) em cerca de 800 mil euros, está a ser implementado desde o ano passado e pretende melhorar a coordenação, preparação e resposta à doença. Executado pelo Ministério da Saúde (MS), em colaboração com a OMS e outros parceiros, o plano tem como foco principal as áreas de maior risco, como a cidade da Praia, na ilha de Santiago, as ilhas do Fogo, Maio e Boavista, com campanhas de limpeza e de sensibilização, entre outras atividades.

Segundo o ministro da Saúde, o plano deverá ser executado até novembro e a partir daí espera que o país possa criar resiliência e capacidade de resposta às doenças transmitidas por mosquitos, “não de emergência, mas sim de forma estruturada”. “Vamos continuar com esse envolvimento, por forma a que possamos trazer maior segurança ao país, tendo em conta que a saúde é um pilar fundamental de desenvolvimento”, sustentou o ministro, sublinhando que o plano é de luta contra todas as arboviroses.

“Precisamos reforçar todas as vertentes dessa luta, a parte da informação, vigilância, as resiliências dos serviços de saúde, formação e melhor conhecimento”, mostrou o governante. Nos últimos 7 anos, Cabo Verde sofreu duas grandes epidemias transmitidas por vetores, a dengue em 2009-2010 e a zika no final de 2015.

O país registou cerca de 7.600 casos suspeitos de infeção, entre elas 165 mulheres grávidas e 14 casos de microcefalia associados à doença. No caso da dengue, durante a epidemia foram registados cerca de 21 mil casos suspeitos, sendo que 174 evoluíram para a forma mais grave da doença, resultando em quatro mortes.

Cabo Verde é considerado pela OMS como um país de “alto risco”, tendo em conta a existência do vetor responsável pela transmissão de outras doenças provocadas por mosquitos, como febre-amarela, paludismo, chikungunya. O Comité de Pilotagem do Zika, empossado pelo ministro das Finanças e vice-primeiro-ministro cabo-verdiano, Olavo Correia, e que vai funcionar até final do plano, é liderado pelo economista Gilson Pina, e tem como outros membros a diretora nacional de Saúde, Maria da Luz Lima, e o representante da OMS em Cabo Verde, Mariano Castellon.

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