Um avião militar despenhou-se durante a manhã desta quarta-feira na Argélia provocando a morte de 257 pessoas, confirmou o Ministério da Defesa argelino. As causas do acidente — que aconteceu por volta das 8h, pouco depois de o avião ter saído da base militar de Boufarik, a menos de 32 quilómetros da capital, Argel — estão ainda por apurar. O desastre é o mais mortífero desde a queda do MH17, da Malaysia Airlines, em 2014.

O voo, que seguia para Bechar, no sudoeste da Argélia, esperava fazer uma paragem em Tinduf, localidade do sul do país que alberga milhares de refugiados do Saara Ocidental, região anexada por Marrocos. A aeronave, um Ilyushin Il-78, transportava entre 100 a 200 oficiais e dez tripulantes de bordo, e terá caído num campo de cultivo. Entre estes contar-se-iam 26 membros da Frente Polisário, um movimento separatista que tem disputado a região com os marroquinos, segundo o canal de televisão Ennahar, citado pela Aljazeera.

Nas últimas horas, o número das vítimas mortais não tem parado de aumentar, com uma fonte militar a revelar ao canal de notícias Al-Hadath que não houve sobreviventes. Ahmed Gaïd Salah, chefe do Estado Maior do Exército argelino, ordenou a abertura de uma investigação para apurar as causas do acidente.

Para o local foram enviadas ambulâncias, e nos vídeos divulgados nas redes sociais é possível ver as nuvens de fumo negro que se formaram depois do acidente.  Algumas testemunhas disseram ao canal de televisão Enhahar TV que viram chamas ainda durante a descolagem do avião.

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O porta-voz da proteção cívil argelina disse que tinham os corpos das vítimas apresentavam sinais de “queimaduras profundas causadas pelo incêndio ainda durante o voo, cita o jornal norte-americano New York Times.

O ministro da Defesa argelino disse em comunicado que pelo menos duas pessoas sobreviveram ao acidente e que estão a ser assistidas no hospital. A causa do acidente ainda está sob investigação, avançou o mesmo ministro em comunicado.

Governo argelino faz minuto de silêncio em memória das vítimas

O primeiro-ministro argelino, Ahmed Ouyahia, e restantes membros do governo fizeram um minuto de silêncio em memória das vítimas do acidente desta quarta-feira. Em comunicado, citado pelo site de notícias ALG25, o executivo disse que foi com “grande tristeza” que soube da queda do  Ilyushin Il-78, apresentando as suas “condolências” e “solidariedade” com o Exército. Foram decretados três dias de luto no país.

A queda do Ilyushin Il-78 é o pior acidente aéreo na história da Argélia, mas não é o primero a envolver um avião militar. Em fevereiro de 2014, um C-130 Hercules despenhou-se no monte Djebel Fertas, na região de Oum El Bouaghi, no centro do país, provocando a morte de 77 pessoas. A aeronave, que terá caído devido às más condições atmosféricas, viaja rumo à cidade de Constantine.