Donald Trump disse esta quinta-feira que estava a dar orientações à sua equipa para perceber de que forma os Estados Unidos poderiam retomar a Parceria Transpacífica (conhecido por TPP), da qual saíram no início de 2017. A mudança de atitude surge numa altura em que os Estados Unidos precisam de proteger o seu setor agrícola, que pode ter sido gravemente prejudicado pelas recentes políticas comerciais do presidente dos EUA, avança o The New York Times.
Já no início do ano, no Fórum Económico Mundial de Davos, Trump admitiu a possibilidade de negociar um novo acordo da Parceria Transpacífica “se for no interesse de todos” e explicando que não participa em acordos comerciais, “quando alguns países exploram o sistema à custa de outros”.
A 1 de março, Donald Trump anunciou novas taxas para as importações, que poderão ser entendidas como o primeiro “tiro” de uma “guerra comercial” envolvendo os principais blocos económicos: EUA, Europa e China. O receio de o país entrar efetivamente numa “guerra comercial” com a China tem panicado os agricultores norte-americanos, que dependem bastante da exportação para aquele país. Perto de dois terços das exportações de soja dos EUA vão para a China.
A Administração Trump diz que deu ordem ao Departamento de Agricultura para criar um programa de ajuda aos agricultores que fiquem prejudicados com a saída do TPP. Mas o tempo que demoraria a montar e o custo de um programa destes aumentaria ainda mais o défice norte-americano. Vários economistas dizem que a melhor forma de combater uma China em ascensão é pressioná-la a abrir o mercado através de acordos comerciais multilaterais como o TPP.
Em 2015, 12 países da costa do Pacífico fecharam um acordo para criar a maior zona de comércio livre do mundo, a Parceria Transpacífica, depois de cinco anos de negociações. O objetivo é estabelecer regras para o comércio e investimento do século XXI e pressionar a China, que não está entre os 12 países, a adaptar o seu comportamento para estar de acordo com os padrões do TPP.