A Europa prepara-se, mais uma vez, para aprender com os EUA em termos legislativos. Se o Dieselgate custou milhões de euros aos construtores envolvidos, com destaque para o Grupo Volkswagen, mais precisamente 24,7 mil milhões, a União Europeia (UE) não tinha à sua disposição armas para penalizar o infractor. Não tinha, mas vai passar a ter. E das pesadas, para desincentivar habilidades futuras.
Segundo a comissária europeia Vera Jourova, apenas dois programas de protecção de consumidores aplicaram sanções ao grupo alemão, num total de 5,4 mil milhões de euros, “uma gota de água face ao que pagaram nos EUA”, afirmando de seguida que “vai deixar de ser barato mentir e ludibriar”.
As novas leis vão facilitar os processos, colocados pelos consumidores às grandes empresas, e isto não tem apenas a ver com o Dieselgate, sendo uma medida mais abrangente.
A Organização Europeia de Consumidores saudou a nova legislação, declarando que “já não era sem tempo”, mas chama a atenção para o facto de ainda caber às entidades de cada um dos países a última palavra, tanto mais que acções contra grandes corporações, o que inclui igualmente o Facebook e a Google, motivarão sempre processos longos e dispendiosos. Isto por oposição aos EUA, onde tudo decorre de forma extremamente rápida.