O ex-líder parlamentar social-democrata Luís Montenegro alertou esta quarta-feira para o risco de o PSD ser visto como “uma muleta” do PS ao comentar os acordos celebrados com o executivo em áreas como a descentralização ou os fundos comunitários.
“Neste momento, [o PSD] corre o perigo de ser percecionado como tal. Não estou a dizer que está a ser, mas corre o perigo de ser percecionado como tal”, advertiu o antigo presidente do grupo parlamentar social-democrata ao intervir no programa da TSF “Almoços Grátis” com o líder parlamentar socialista, Carlos César.
Montenegro sustentou que o PS se moveu “para o lado da extrema-esquerda” e está agora a tentar regressar ao centro político.
“O PS está agora, pela mão do seu secretário-geral e primeiro-ministro, a fazer esse caminho de recentramento e à boleia do PSD, o que não deixa de ser curioso! E perigoso, do ponto de vista político-partidário”, comentou o ex-deputado, questionando: “Qual é então a finalidade do PSD? É ser mais uma muleta do PS ou é ser a alternativa ao PS”.
As críticas à direção de Rui Rio acontecem no dia em que o PSD e o executivo liderado por António Costa apresentam acordos nas áreas da descentralização e dos fundos comunitários na residência oficial do primeiro-ministro, em São Bento.
Luís Montenegro renunciou ao cargo de deputado no início deste mês depois de 16 anos como deputado no parlamento. Presidiu à bancada entre junho de 2011 e julho de 2017. No último congresso do PSD, em fevereiro, foi uma das vozes discordantes da direção de Rui Rio.