Cristiano Ronaldo criticou pela primeira vez a juíza espanhola responsável pelo caso em que é acusado de uma fraude de 14,7 milhões de euros. A defesa do jogador português acusou a magistrada Mónica Gómez Ferrer de ter critérios “irracionais, subjetivos e incompreensíveis” por ter negado o acesso ao arquivo fiscal de Lionel Messi: há uns dias, Ronaldo solicitou a consulta da documentação que a Agência Tributária elaborou sobre a fraude fiscal do jogador do Barcelona.
O internacional português defende que as Finanças espanholas utilizaram “critérios díspares” para analisar contratos de patrocínio “idênticos” e pediu à própria juíza que compare o tratamento aplicado a um e a outro caso — Cristiano Ronaldo quer que Mónica Gómez Ferrer apure as exigências fiscais que foram feitas ao contrato de Messi com a Adidas e as que lhe foram impostas em relação ao contrato que tem com a Nike. O El Mundo conta que, no caso do jogador argentino, o Fisco tributou o acordo como receitas com origem na cessão de direitos de imagem e, no caso do Ronaldo, como receitas com origem em atuações desportivas.
A magistrada recusou o pedido da defesa de Cristiano Ronaldo, alegando que “não é útil” para o processo. A resposta negativa motivou o primeiro ataque do jogador do Real Madrid à própria juíza — até agora tinha criticado apenas os critérios da Agência Tributária, nunca a atuação de Mónica Gómez Ferrer.
Desde que começou o processo, a magistrada tem adotado diligências transcendentes sem motivação alguma. Negou a petição com uma manifesta falta de fundamento e desproporcionada violação do direito constitucional da defesa e do uso de meios de averiguação pertinentes e úteis”, declarou a defesa do jogador português, que é liderada pelo ex-juiz José Antonio Choclán.
Os advogados do português explicam ainda que “os mesmos contratos e as receitas derivadas da sua execução foram qualificados pela Agência Tributária para Messi e para Ronaldo e este último ajustou a sua declaração para os mesmos critérios de qualificação utilizados pelas Finanças no caso Messi”. A defesa clarifica que não se trata de uma comparação judicial entre os dois contratos e volta a pedir à juíza Mónica Gómez Ferrer que analise os critérios tributários aplicados aos contratos publicitários dos dois melhores jogadores de futebol do mundo.