O VIII Encontro de Escritores de Língua Portuguesa arrancou esta sexta-feira, na cidade da Praia, com duas dezenas de participantes e homenagem ao ensaísta, crítico e dramaturgo cabo-verdiano Jaime de Figueiredo.

Pela terceira vez consecutiva, o Encontro de Escritores de Língua Portuguesa (EELP) acontece na cidade da Praia, capital de Cabo Verde, que agora é sede do evento e vai passar a organizar todos os anos, em parceria com a União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA).

A proposta foi lançada pelo presidente da Câmara Municipal da Praia, Óscar Santos, no último encontro, realizado em outubro, e aceite pela UCCLA. Para o secretário-geral da UCCLA, Vítor Ramalho, o encontro acontece “num momento muito significativo” para a cidade da Praia, que no dia 29 comemora 160 anos, e também numa semana que acolhe vários eventos de natureza musical e cultural, como o Atlantic Music Expo (AME) e o Kriol Jazz Festival (KJF).

Vítor Ramalho indicou que todos os países lusófonos estão representados no encontro, uns com mais do que um escritor, com é o caso de Cabo Verde e Portugal, num total de duas dezenas. Um dos convidados é o Presidente da República de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, também ele escritor e poeta, que vai falar sobre literatura e cidadania num dos painéis no sábado.

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Inês Barata Raposo, José Carlos Vasconcelos e António Carlos Cortez (Portugal), David Capelenguela (Angola), Conceição Queirós (Moçambique), Olinda Beja (São Tomé e Príncipe), Luís Costa (Timor Leste), Tony Tcheka (Guiné-Bissau) são alguns dos outros escritores convidados. Este ano, além dos escritores lusófonos, o secretário-geral da UCCLA salientou a presença de uma escritora da Galiza, Concha Rousia.

Com o tema “A cidade e a literatura: conexões entre cidadania, criatividade e juventude”, a abertura do encontro de escritores foi feita pelo ministro da Cultura e das Indústrias Criativas cabo-verdiano, Abraão Vicente. Considerando-se como um “aprendiz de escritor”, Abraão Vicente disse que o evento acontece numa “semana quente” a nível cultural, em que a Praia é a “capital” da cultura de Cabo Verde.

O ministro lançou o desafio para se “refazer o imaginário” à volta da Praia, a partir da literatura e dos escritores, tornando-se numa cidade onde todos possam viver e com sentido de cidadania. O governante também destacou a coincidência do encontro de escritores com o AME e o KJF, considerando que dá uma “dinâmica muito grande” à cidade da Praia.

O VIII encontro de escritores homenageia o ensaísta, crítico e dramaturgo cabo-verdiano Jaime de Figueiredo (1905 – 1974), antigo conservador da Biblioteca Municipal da Praia, e considerado um dos grandes vultos das letras cabo-verdianas. Durante três dias, os participantes vão discutir a literatura, com as suas ligações à juventude, criatividade, cidadania, além de feira e exposição de livros e visitas ao Tarrafal de Santiago e à Cidade Velha. As quatro primeiras edições do encontro foram realizadas em Natal (Brasil) e a quinta em Luanda (Angola).