Na segunda-feira, alegando “motivos pessoais”, o presidente da ADSE, Carlos Liberato Baptista, demitiu-se, mantendo-se contudo em funções até ser empossado o seu substituto. Uma investigação da TVI, divulgada poucas horas depois de ser conhecida a demissão de Liberato Baptista, envolve-o num alegado esquema de desvio de fundos e favorecimento de empresas. A estação cita uma auditoria interna que aponta para irregularidades atribuídas a atos de gestão de Liberato Baptista enquanto foi administrador da Associação de Cuidados de Saúde da Portugal Telecom, a PT ACS. E faz a ligação entre esta investigação e a demissão anunciada pelo presidente da sistemo público de assistência na saúde.

Liberato Baptista foi nomeado presidente da ADSE no Governo de Passos Coelho e manteve-se com António Costa.

Segundo a auditoria interna, enquanto Liberato Baptista foi administrador, a associação detinha oito centros clínicos, dois núcleos de estomatologia e um de oftalmologia, distribuídos por todo o país, alcançando 42.000 beneficiários. A auditoria, que nunca terá sido denunciada às autoridades, concluiu que entre os cerca de 50 fornecedores e prestadores de serviços à associação, em 40 foram encontradas irregularidades graves, existindo, alegadamente, empresas fantasmas que não comprovaram a prestação dos serviços.

Presidente da ADSE, Carlos Liberato Baptista, apresenta demissão

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Após a realização da auditoria, os contratos (autorizados e assinados por Carlos Liberato Baptista) foram rescindidos, deixando o administrador o cargo.

Carlos Liberato Baptista seguiria para Instituto de Ação Social das Forças Armadas, onde coordenou o subsistema de saúde dos militares. Mais tarde, a convite de Maria Luís Albuquerque, e durante a governação PSD/CDS, assumiria o lugar de presidente da ADSE, vendo os seus poderes serem reforçados com a eleição de António Costa, altura em que Liberato Baptista passaria a ficar à frente do novo Instituto de Proteção e Assistência na Doença.

À investigação da TVI, o Ministério da Saúde garantiu que não conhecia o conteúdo da auditoria.