O anúncio do fim da organização separatista basca ETA não vai traduzir-se numa impunidade para os crimes que cometeu, advertiu esta quinta-feira o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy.

“Faça o que fizer e diga o que disser, a ETA não vai encontrar nenhuma lacuna nem nenhuma impunidade dos seus crimes”, disse Rajoy num discurso em Logroño, no norte de Espanha, um dia depois de a ETA ter anunciado o fim do seu “ciclo histórico” e a dissolução das suas estruturas.

“Não lhe devemos nada e não lhe reconhecemos nada”, acrescentou.

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O chefe do Governo espanhol qualificou a carta, e outras iniciativas como vídeos e comunicados da organização, de “ruído e propaganda” e frisou que a política antiterrorista não vai mudar.

“A única política futura em matéria antiterrorista, como sempre, é aplicar a lei”, disse, reiterando a manutenção de medidas aplicadas à ETA como a dispersão dos presos.

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Na carta em que anuncia o seu fim, publicada na quarta-feira no diário online eldiario.es, a organização transmite a sua decisão de “dar por terminado o seu ciclo histórico e a sua função”.

A “ETA dissolveu completamente todas as suas estruturas e terminou a sua iniciativa política”, refere a carta datada de 16 de abril.

A ETA (Euskadi ta Askatasuna ou Pátria Basca e Liberdade) matou mais de 800 pessoas durante a sua campanha de cinco décadas para criar um Estado basco independente no norte de Espanha e no sul de França.