Itziar Ituño não dá só vida à inspetora Raquel Murillo, e depois a Lisboa, na série “Casa de Papel”. Há, mais ou menos, oito anos que se assume como ativista política, defende os presos da ETA — desde que este grupo anunciou o seu fim, aliás — e participa em manifestações e protestos, que lhe têm valido o afastamento de marcas que até agora pagavam para a ter do seu lado.

A última polémica aconteceu no sábado passado, em Bilbau, quando a atriz espanhola, participou numa manifestação a favor da libertação dos presos da ETA. Itziar Ituño apareceu em destaque, segurando a faixa de apoio aos detidos, à frente de cerca de 20 mil pessoas que participavam no protesto. Logo depois da manifestação, avançou o jornal espanhol ABC, um dos concessionários da BMW, com quem a atriz trabalhava, decidiu anunciar que já não existia nenhuma ligação com Itziar Ituño, não querendo vincular-se “a nenhuma ideologia política”. “Lamentamos que se tenha vinculado a imagem da BMW Lurauto a qualquer tipo de ato de cariz ideológico”, acrescentou a marca.

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Nas entrevistas que deu ao longo dos últimos anos, Itziar Ituño tem justificado a sua participação em protestos a favor da libertação dos antigos membros da organização terrorista basca. “Venho de uma família trabalhadora, de um bairro, tenho a minha consciência social e vou continuar com ela, seja onde a vida me levar. Tenho uma opinião, acho que tenho direito a expressar-me sempre que não magoe ninguém. Sei quem sou e é isto que existe”, disse em 2022, durante uma entrevista ao jornal El Mundo.

Já em 2018, em pleno sucesso da série ‘Casa de Papel’, Itziar Ituño citou Martin Niemöller: “Primeiro levaram os comunistas. Eu calei-me, porque não era comunista. Quando levaram os sociais-democratas, eu calei-me, porque não era social democrata. Quando levaram os sindicalistas, eu não protestei, porque não era sindicalista. Quando levaram os judeus, eu não protestei, porque não era judeu. Quando me levaram, já não havia quem protestasse”. Estas palavras, juntamente com os protestos a que se juntava, criaram uma nova polémica, que se estendeu à série produzida para a Netflix.

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