Mais de mil pessoas foram detidas na Rússia em dia de protestos contra a investidura de Vladimir Putin para um quarto mandato presidencial na segunda-feira, segundo observadores independentes ouvidos pela Associated Press (AP).
De acordo com o grupo, o maior número de detenções ocorreu esta tarde em Moscovo, com 475 pessoas detidas.
Há ainda informação de dezenas de detenções em Chelyabinsk e em Yakutsk, no nordeste, algumas das quais foram entretanto libertadas, refere.
O líder da oposição extraparlamentar russa Alexei Navalny foi também hoje detido durante a manifestação não autorizada em Moscovo, a dois dias da investidura de Vladimir Putin.
Milhares de pessoas concentraram-se hoje numa das principais praças da capital russa no âmbito de uma jornada nacional de protesto contra a investidura de Vladimir Putin para um novo mandato presidencial de seis anos.
O protesto nacional, organizado sob o mote “Ele não é o nosso czar”, foi promovido este sábado por Navalny, que foi impedido de se apresentar às eleições presidenciais do passado mês de março por antecedentes penais, e pelos seus apoiantes.
Segundo a oposição russa e observadores independentes, dezenas de manifestantes foram interpelados em outras concentrações anti-Putin registadas em outras zonas da Rússia.
Em Moscovo, elementos da polícia antimotim entraram na Praça Pushkin e foram vistos a levar alguns manifestantes, mas, segundo as agências internacionais, não desencadearam ações para dispersar a multidão que participava no protesto, que não foi autorizado pelas autoridades russas.
Um helicóptero sobrevoava a praça e monitorizava a multidão.
As agências internacionais também relataram que foram registados confrontos entre apoiantes de Navalny e elementos pró-Kremlin (sede da Presidência russa), que estavam igualmente concentrados na Praça Pushkin.
Nas eleições presidenciais russas, realizadas no passado dia 18 de março, Vladimir Putin foi reeleito com 76,67% dos votos.