O Presidente dos EUA, Donald Trump, defendeu esta segunda-feira Gina Haspel, nomeada para presidir à CIA e que deverá ser ainda confirmada pelo Senado, após críticas à sua alegada participação em atos de tortura após o 11 de setembro. “A minha muito respeitada nomeada para ser diretora da CIA, Gina Haspel, foi criticada porque foi demasiado dura com os terroristas”, disse Trump na sua conta na rede social Twitter.
My highly respected nominee for CIA Director, Gina Haspel, has come under fire because she was too tough on Terrorists. Think of that, in these very dangerous times, we have the most qualified person, a woman, who Democrats want OUT because she is too tough on terror. Win Gina!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) May 7, 2018
O Presidente lamentou que, “nestes tempos tão perigosos”, os EUA tenham “a pessoa mais qualificada, uma mulher, que os democratas queiram FORA porque é demasiado dura com o terror”. Haspel, que assumiu interinamente a direção da CIA há duas semanas, deverá submeter-se na quarta-feira a um processo de confirmação no Senado que se antevê complicado devido às acusações sobre a sua alegada participação em atos de tortura.
O diário The Washington Post escreveu na sexta-feira que Haspel estaria a ponderar retirar a sua candidatura antes da sessão no Senado para proteger a sua imagem e a da CIA. No entanto, funcionários da Casa Branca disseram, entretanto, que o Presidente mantém o seu apoio e que Haspel não irá retirar-se. Os ‘media’ norte-americanos têm acusado Haspel de ter sido a máxima responsável de uma prisão secreta na Tailândia, para a qual foram transferidos vários presumíveis terroristas islamitas que sofreram graves formas de tortura.
Haspel, que poderá converter-se na primeira mulher a dirigir agência de informações norte-americana, também foi acusada de ter eliminado todas as provas dessas práticas. Desde que Trump designou Haspel para o cargo, em março, a CIA e a Casa Branca têm levado a cabo uma intensa campanha para limpar a imagem da agente especial.
A CIA enviou material para o Senado, nomeadamente alguns documentos classificados, para que os senadores possam perceber melhor o trabalho da candidata no Centro de Contraterrorismo, que coordenou o programa de interrogatórios criticado, mas também outros aspetos da sua carreira de 33 anos, mais de 30 dos quais como agente secreta.