O ministro dos Recursos Minerais e Energia de Moçambique disse esta quarta-feira que o consórcio liderado pela ENI e ExxonMobil vai iniciar a extração e liquefação de gás natural na bacia do Rovuma no último trimestre de 2022.
“O início da produção de gás natural deverá ocorrer no último trimestre de 2022”, declarou Max Tonela, falando na Assembleia da República, em resposta a perguntas dos deputados sobre as ações em curso para o início da exploração de gás natural ao largo da costa da província de Cabo Delgado, norte de Moçambique.
Tonela assinalou que, em março, deu-se o corte da primeira chapa de aço para a construção do sistema de ancoragem da plataforma flutuante de liquefação de gás natural no campo Coral Sul da Área 4 de exploração moçambicana.
A conclusão da construção [da plataforma] está prevista para finais de 2021, prevendo-se que esteja nas águas moçambicanas no final do primeiro trimestre de 2022″, pronta para extrair o gás, transformá-lo em estado líquido e exportá-lo em cargueiros para todo o mundo.
O consórcio liderado vai investir oito mil milhões de dólares (6,7 mil milhões de euros) e, segundo o ministro, deverá gerar lucros diretos na ordem dos 47,7 mil milhões de dólares (40,4 mil milhões de euros) nos 25 anos de vida do projeto – ficando o Estado moçambicano com 24,5 mil milhões de dólares (20,7 milhões de euros) resultantes do Imposto sobre a Produção do Petróleo, Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Coletivas (IRPC) e partilha da produção.
O ministro moçambicano dos Recursos Minerais e Energia referiu-se igualmente ao estado do outro projeto de extração, liquefação e exportação de gás natural que está para arrancar no país, pertencente a um consórcio liderado pela norte-americana Anadarko. Tonela assinalou que está previsto o início da construção de uma fábrica de liquefação, neste caso, em terra, na Península de Afungi, no final do próximo ano.
No quadro deste projeto, a Anadarko e os parceiros da Área 1 do Rovuma estão a finalizar os acordos de compra e venda de nove milhões de toneladas/ano de gás natural liquefeito, meta que permitirá anunciar a decisão final de investimento no primeiro trimestre de 2019″, declarou Max Tonela.
O projeto tem também um tempo de vida útil previsto de 25 anos e prevê um investimento total de cerca de 30 mil milhões de dólares (25 mil milhões de euros), capaz de gerar uma receita na ordem de 53 mil milhões de dólares (44,9 mil milhões de euros) para o estado moçambicano, referiu o ministro.
O executivo prevê que os projeto da Anardko e da ENI/ExxonMobil consigam criar cinco mil postos de trabalho durante a fase de construção e mil empregos na fase de operação. Os dois investimentos em gás natural na bacia do Rovuma são classificados como “megaprojetos” tendo em conta os montantes envolvidos, que fazem deles as maiores apostas do setor privado estrangeiro em Moçambique.