Um comunicado, dez parágrafos, a grande surpresa. A saída de Frederico Varandas da direção e coordenação do departamento médico do Sporting já era apontada por muitos como um caminho mais do que provável, mas o antigo responsável não se ficou por aí e anunciou que está também disponível para liderar uma nova solução para o comando do clube. Em declarações ao Observador, Varandas detalhou o momento em que tomou a decisão e as razões que o conduziram a este desafio.

“Tomei esta decisão no relvado do Jamor, quando estavam todos os jogadores sentados no relvado enquanto o Desp. Aves ia levantar a taça na Tribuna e estava a caminhar naquela zona”, explicou o médico de 38 anos, que protagonizou um dos momentos mais marcantes do pós derrota quando abraçou um Rui Patrício incapaz de controlar as lágrimas.

“Esta decisão está relacionada com aquilo que considero ser a degradação que fui assistindo nas últimas semanas e meses dos valores que o Sporting Clube de Portugal representa, que estão muito além dos resultados desportivos e que têm a ver com a dignidade e com a transparência. Houve um ruir de todo um legado de Bruno de Carvalho que me orgulho de ter feito, porque os sócios voltaram a ter voz ativa na vida do clube”, prosseguiu, numa visão que já tinha sido partilhada no comunicado onde especificou alguns pontos como “a valorização das modalidades, o aumento da exigência e da ambição competitiva do futebol profissional, a concretização do Pavilhão João Rocha, a atenção aos núcleos e a dinamização de associados e adeptos”.

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Em relação ao momento considerado por muitos como “o dia D”, onde deverá sempre haver uma solução em termos de crise diretiva e institucional que os leões atravessam, Frederico Varandas salientou que, “na qualidade de sócio, este é sobretudo o momento de dar voz aos associados”. “Se não for agora, quando será? De que forma, não é o mais importante, mas temos de ouvir os sócios que são o maior património deste clube”, destacou, prosseguindo: “Há momentos na vida que definem as pessoas e há momentos que não posso ignorar. Não consigo nem posso assistir a este estado de guerra civil”.

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Por fim, o antigo responsável do departamento médico do Sporting abordou também a possibilidade que continua a ser falada em termos públicos de haver rescisões unilaterais de contrato a breve prazo. “Sinceramente não sei em que patamar estamos, se já aconteceu ou se foi alguma coisa entregue. Sei, isso sim, que se alguém conseguirá inverter isso serei eu”, concluiu.