O 500 será dos poucos casos em que um modelo tem tanto peso nas vendas de um fabricante que quase se confunde com… a própria marca! A Fiat tem capitalizado (e bem) a enorme aceitação que o pequeno citadino colhe junto do público, fazendo a família 500 crescer à vontade do freguês.

Para os que apreciam as dimensões compactas e o desenho rétro do modelo italiano, há o próprio Fiat 500, em versão fechada (desde 15.100€) ou cabriolet (o 500C, a partir de 17.600€). Depois, os que querem conciliar a estética urbana com uma maior versatilidade podem sempre olhar para as declinações MPV do 500, que vão do 500L (18.200€) ao 500L Wagon (desde 22.200€), este com uma maior distância entre eixos e lugar para sete. Passando ainda pelo 500L Cross (desde 19.200€), que visa os que apreciam uma imagem mais “aventureira”. A somar a tudo isto, um sem-número de séries especiais e, claro, a carroçaria da moda: o 500X, um crossover que ora pode ser ‘vestido’ para a cidade (Urban Look por 22.750€), ora pode assumir um aspecto mais musculado (Cross Look, desde 23.250€).

500L para a família a partir de 18.000€. E um SUV

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Pois bem, quando já ninguém imaginava como seria possível acrescentar mais elementos à gama 500, eis que Sergio Marchionne, CEO do Grupo Fiat Chrysler Automobiles (FCA), tira mais um coelho da cartola, anunciando perante investidores o regresso do 500 Giardiniera!

Para quem não se lembra, o Giardiniera dos idos anos 60 era uma variante maior e mais prática do 500 que, inclusivamente, já deitava mão a soluções engenhosas. Como, por exemplo, colocar o motor na traseira – à semelhança do 500 original – mas na base, para não beliscar o espaço disponível para os ocupantes e, por outro lado, maximizar a capacidade da bagageira.

Mas se espaço e versatilidade é algo que os consumidores já podem encontrar no 500L, onde é que se pode encaixar o Giardiniera? Confirmado que está o desaparecimento do Punto, cria-se aqui uma janela de oportunidade para “puxar” o 500 para o segmento superior, nomeadamente como uma station wagon para fazer frente à Mini Clubman e que, ao que tudo indica, se poderá apresentar como uma alternativa 100% eléctrica.

Não são conhecidos mais detalhes, tanto mais que a FCA não revelou formalmente um plano estratégico para a Fiat, sabendo-se apenas que a marca transalpina beneficiará dos 9.000 milhões que o grupo alocará a novos modelos híbridos e eléctricos até 2022. E aqui encontramos a segunda novidade relevante: em 2020 vai ser lançada a nova geração do 500e, eléctrico que foi introduzido em 2013, mas apenas no mercado norte-americano – tendo Marchionne reconhecido por diversas vezes que se tratou de um péssimo negócio, em que a marca perdia 20 mil dólares por cada carro vendido…

Fiat 500e

Enquanto o 500X e o 500L vão receber mecânicas híbridas, o novo 500e vai ser comercializado pela primeira vez na Europa e deverá surgir com uma maior autonomia (a actual cifra-se nos 135 km, norma EPA). Se bem que, como não há milagres e o espaço para alojar baterias não abunda, o mais certo é que o alcance fique abaixo dos 250 km – uma limitação, sobretudo se tivermos em conta o alcance de modelos de maior bitola, como o Nissan Leaf ou o Renault Zoe, que poderá ser sanada com um preço competitivo associado àquele design inconfundível, que faz do 500 um êxito comercial. E a prova disso mesmo é que, em Maio, o 500 foi o vice-líder do ranking de vendas em Espanha, secundando o Seat Leon e registando um crescimento superior a 60”, face ao período homólogo de 2017.