O construtor italiano decidiu renovar o seu 500L, o líder das vendas europeu no seu segmento. O objectivo principal era manter e até reforçar, se possível, a familiaridade com o simpático Fiat 500, o pequeno e ágil ícone da moda, que consegue manter-se actual e apetecível. Mas a ideia dos responsáveis pela marca italiana era igualmente modernizar o 500L, pois submetê-lo a um simples restyling podia não ser suficiente, uma vez que os concorrentes não faltam e estão cada vez mais fortes.

Fiel ao princípio de que a melhor defesa é o ataque, os técnicos transalpinos, que já tinham diversas versões do 500L na primeira geração, tornaram-nas agora mais distintas e individualizadas, tendo para tal concebido um veículo em que 40% das peças são novas. Tudo para criar três veículos distintos sobre uma mesma base, mas todos eles vocacionados para lidar com diferentes necessidades familiares, oferecendo por isso uma capacidade capaz de variar entre cinco e sete lugares.

Quer curto ou comprido?

Mais próximo do 500 em termos de estilo, o novo 500L exibe nítidos ares de família com o simpático e pequeno veículo de duas portas, sobretudo se visto de frente, mas a realidade é que, tal como acontecia até aqui, não há apenas um Fiat 500L, mas sim três. A diferença é que eles agora são mais diferenciados, exibindo personalidades mais vincadas.

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A versão mais normal do novo 500L, por assim dizer, é o Urban, um veículo com características de monovolume que, apesar da sua denominação, está tão à vontade numa utilização citadina como em estrada, num passeio de fim-de-semana. Com um aspecto mais refinado do que anteriormente, pode-se dizer que esta versão do MPV (de multi purpose vehicle, ou monovolume) é a mais “convencional” da família. Os seus 4,24 metros de comprimento (mais 9 cm do que na geração anterior), 1,78 m de largura e 1,68 m de altura permitem-lhe um habitáculo amplo, para a classe, e uma bagageira generosa, (455 litros, se o banco traseiro, regulável em comprimento, estiver na posição mais avançada), residindo aqui outro dos seus trunfos.

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Similar ao Urban, mas com mais 14 cm no comprimento e igualmente mais generoso na distância entre eixos, o Wagon (que até aqui era o Living) é isso mesmo: uma versão mais avantajada, de modo a alojar até sete pessoas no habitáculo e, ainda assim, oferecer um espaço para bagagens a ter em conta, que se cifra nos 416 litros quando os sete lugares estão em uso, e nos 638 litros quando disponibiliza apenas assento para cinco.

Cross de crossover ou de SUV?

Se a versão Urban e Wagon visam directamente as famílias convencionais, o terceiro elemento da família 500L é o Cross e este tem na mira os condutores com necessidade de espaço – tanto quanto o Urban –, mas com vontade de possuir um veículo que, ou seja capaz de o acompanhar em incursões mais radicais por caminhos de terra, ou pelo menos que tenha um ar mais durão.

Mais alto 25 mm em relação ao solo e com mais 4 cm de comprimento, o Cross exibe pára-choques mais volumosos (o crescimento face à versão Urban vem daqui) e agressivos, mais e maiores entradas de ar, a maioria com funções meramente estéticas, mas que funcionam na perfeição, e protecções laterais mais bem integradas, associadas a protecções do guarda-lamas, tudo a visar um reforço do carácter.

O Cross, que na anterior geração era conhecido como Trekking, é caracterizado de crossover por uns e de SUV por outros, sendo esta apenas uma questão de terminologia. O que é indiscutível é que cabe ao Cross exibir um conjunto de atributos mais apelativo, tanto mais que é dos SUV que a “malta” gosta, especialmente nos dias que correm. E para ajudar nas incursões por fora de estrada, o 500L Cross está equipado de série com um Mode Selector que permite optar por um dos três modos de condução disponíveis – Normal, Traction+ e Gravity Control –, de forma a encarar com sucesso as condições de aderência que tem pela frente.

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Com tantos argumentos para atrair os mais ousados, resta saber se o 500L Cross vai colidir, nem que seja parcialmente, com o 500X – este sim o verdadeiro SUV da marca italiana para este segmento –, mas isso já é outra conversa.

Feito à medida

É óbvio que o 500L não vai ser feito à medida de cada cliente. O que vai sim é permitir que cada um o decore à medida do seu gosto. Para tal, vão estar disponíveis novas cores para a carroçaria e tejadilho, o que associado a algumas partes do modelo onde se podem aplicar algumas tonalidades, mais ou menos contrastantes, é fácil conseguir até 37 diferentes formas de “vestir” um 500L, o que torna possível evitar que passe a vida a cruzar-se com carros idênticos ao seu. Depois, a Mopar ajuda ainda mais na diferenciação, ao fornecer uma série de equipamento específico para adaptá-lo às necessidades de cada condutor, que assim pode recorrer a suportes para o transporte de bicicletas e suportes no tejadilho para objectos ou bagagens, entre um sem-número de soluções.

Mais equipamento e sempre ligado

Se há três versões do 500L, há igualmente outros tantos níveis de equipamento, do mais simples Pop Star ao mais sofisticado Lounge, passando pelo intermédio Business. Mas o certo é que, fruto da concorrência, a Fiat fez evoluir a oferta de dispositivos que integram de série o modelo, ou então que estão disponíveis como opcionais, tudo visando satisfazer um cliente cada vez mais exigente, mesmo quando opta por veículos mais acessíveis.

Entre a oferta, de realçar equipamentos de segurança como o sistema de assistência de travagem em cidade, eliminando os embates a baixa velocidade, além da câmara de marcha atrás, ABS e ESP. Mas há também soluções que visam facilitar a vida a quem vai ao volante, como o cruise control e o ecrã a cores TFT, com 3,5 ou 7″, que permite controlar o rádio Uconnect.

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Mas nos dias que correm, um automóvel que se preze, mesmo se acessível como este, não passa sem o desejado nível de conectividade, algo que lhe permita estar sempre em contacto com o mundo exterior, ou que se assuma como uma extensão do smartphone. E o 500L, até aqui mais comedido na oferta a este nível, passa a alinhar agora pelos mais dotados do segmento, tudo graças ao sistema de infoentretenimento que mantém o condutor informado das notícias – via Reuters – e em contacto com os amigos, via Facebook e Twitter, sem tirar as mãos do volante, ou a atenção da estrada.

E, para os que os gostam de música, está lá o sistema de som desenvolvido pela Beats Audio, com 520 Watts, a empresa americana criada pelo Dr. Dre, o rapper, a garantir que há som para todos os gostos, com ênfase nos graves, cortesia dos mid-woofer colocados nas portas dianteiras e do subwoofer alojado no fundo da mala.

Motores entre a gasolina e o diesel

O novo 500L é proposto com motores a gasolina e a gasóleo, sempre de pequena cilindrada, o que surge como óbvio num modelo de que se espera preços contidos e consumos a condizer. Assim, a oferta nas versões mais acessíveis arranca com o 0.9 Twin Air a gasolina, com uns expressivos 105 cv, com os condutores que preferem os diesel a poderem optar entre o 1.3 MultiJet de 95 cv e o 1.6 MultiJet de 120 cv.

É certo que, tradicionalmente, os condutores que percorrem muitos quilómetros por ano – mais de 15.000 – revelam alguma preferência pelas motorizações a gasóleo, mas com a introdução dos motores pequenos a gasolina, vitaminados por um turbocompressor que lhes garante uma “alma” muito similar aos turbodiesel, a baixo e a médio regime, o panorama alterou-se consideravelmente. Especialmente se, em causa, estão veículos ligeiros, como o 500L.

Preços a partir de 18.000€

O renovado Fiat 500L é proposto a partir de 18.000€, para a versão normal de cinco lugares, nível de equipamento Pop Star e motor 0.9 Twin Air. Por mais 3.000€, o cliente tem acesso ao turbodiesel 1.3 MultiJet de 95 cv e, por mais 6.000€ (ou seja 24.000€), já pode optar pelo 1.6 MultiJet de 120 cv. Mas faça bem as contas, porque para recuperar 6.000€ em combustível é necessário percorrer muitos quilómetros.

Se pretender mais equipamento, em relação ao nível Pop Star, o mais acessível, pode dar o salto para o Business por 1.000€ e, por mais 500€, pode mesmo ter acesso ao Lounge, o mais refinado. Mas se é espaço que procura, saiba que o 500L king size, ou seja a versão de sete lugares, é proposta a partir de 22.000€.

O mais ousado dos 500L, o Cross, aquele que alinha pela moda dos SUV, está à venda pelo mesmo preço do 500L normal da versão Lounge. Arrancando nos 19.500€ com motor 0.9 Twin Air de 105 cv, o 500L mais à vontade para circular em estradas de terra é proposto por 22.500€ com o motor 1.3 Multi Jet de 95 cv, e mais 3.000€ se a opção em termos mecânicos recair no 1.6 MultiJet de 120 cv.

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