A política de “tolerância zero” no que toca à imigração de Donald Trump está a gerar uma onda de indignação a nível internacional, depois de ter sido revelado que cerca de duas mil crianças e jovens, filhos de imigrantes ilegais vindos do México, já foram separados dos seus pais.
Ao chegarem à fronteira com os Estados Unidos, os imigrantes sem documentação legal são intercetados pelos agentes fronteiriços, revistados e levados para centros de detenção temporários, onde é feito o processamento da sua situação. Os imigrantes que levam filhos são habitualmente separados dos menores.
'It reminded me of going into an animal shelter.' — Border Patrol is detaining children in cages. pic.twitter.com/l70JOQo1ks
— NowThis Impact (@nowthisimpact) June 19, 2018
As crianças e jovens — independentemente da idade — são tiradas aos pais e levadas para centros de detenção, onde são colocados em celas (que se assemelham a grandes gaiolas) onde ficam dezenas de pessoas em simultâneo. Em muitas destas situações trata-se de crianças com menos de cinco anos a serem levadas, sozinhas, para estes centros.
Além das fotografias, que pode ver na fotogaleria acima, surgiram também gravações que mostram o desespero das crianças separadas dos pais. Uma gravação de som divulgada pela ProPublica mostra dezenas de crianças que gritam, em pânico, “Mami” e “Papi”, ao serem retiradas por guardas armados dos seus pais.
A guarda de controlo de fronteira norte-americana autorizou este domingo os jornalistas a fazerem uma breve visita às instalações, onde se encontram adultos e crianças depois de terem sido detidos na fronteira com o México, mas não foram autorizados nem a entrevistar os detidos nem a tirar fotografias.
EUA: Centenas de crianças estão em celas, separadas dos pais imigrantes
As imagens, sons e reportagens vindas desses centros de detenção estão a ser motivo de condenação internacional, e até a própria primeira-dama, Melania Trump, já veio dizer que não concorda com as medidas, lembrando que é preciso “governar com o coração”. Uma posição que a antiga primeira-dama Laura Bush também partilha.