A horas de terminar o prazo para o avanço de candidaturas à liderança do PP espanhol, há duas novas candidatas, apresentadas com apenas uma hora de diferença: as duas principais colaboradoras de Mariano Rajoy. A ex-vice-presidente do Governo Soraya Saenz de Santamaría avançou primeiro, antecipando-se a María Dolores de Cospedal, secretária-geral do PP e ex-ministra da Defesa, que entretanto também apresentou candidatura.

A ex-número dois do governo espanhol limitou-se a comunicar, através do Twitter, que às 13h (12 em Lisboa) irá apresentar oficialmente a sua candidatura ao cargo de líder do Partido Popular. Mas a candidatura, escreve a imprensa espanhola, já estava praticamente anunciada desde a resignação de Mariano Rajoy na sequência da moção de censura apresentada pelos socialistas e que deu a liderança do governo espanhol a Pedro Sánchez.

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Segundo explica o El Mundo, Sáenz de Santamaría fez questão de não descartar a possibilidade de se candidatar, ao mesmo tempo que a sua equipa angariava apoios entre os nomes cimeiros do partido. Vista com bons olhos pelo eleitorado do PP, é considerada uma das melhores possibilidades para fazer oposição a Pedro Sánchez e para disputar eleições futuras para liderar o governo.

Já Maria Dolores Cospedal, a antiga ministra da Defesa de Rajoy e secretária-geral do partido — primeira mulher a ocupar o cargo –, tem o apoio das bases do PP em todo o país devido ao seu trabalho como secretária-geral. “Sinto-me preparada, ofereço a garantia da minha experiência e da minha capacidade de trabalho, apresento-me para a batalha com toda a minha energia”, disse Cospedal, quando apresentou a sua candidatura numa reunião com líderes do partido.

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Conhecida opositora interna de Sáenz de Santamaría, Cospedal garante que não se candidata “contra ninguém”. A campanha para a liderança do PP, apesar de ser disputada entre seis candidatos (pelo menos), deverá transformar-se numa luta entre as duas. Cospedal chegou mesmo a dizer que não se candidataria caso Alberto Núñez Feijóo o fizesse — nesse caso, apoiá-lo-ia para fazer frente à antiga vice-presidente do governo espanhol. Contudo, a desistência fez com que Cospedal avançasse, transformando esta na corrida à liderança mais disputada da história do PP.

Esta segunda-feira também Pablo Casado, vice-secretário de Comunicação do Partido Popular, avançou com a sua intenção de concorrer à liderança do PP. Objetivo: quer protagonizar mudança geracional no partido.

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