Pablo Casado, vice-secretário de Comunicação do Partido Popular (PP) de Espanha surpreendeu tudo e todos ao anunciar a sua candidatura à liderança do partido esta segunda-feira. Enquanto nomes de peso do partido como Alberto Núñez Feijóo, Soraya Sáenz de Santamaría e María Dolores de Cospedal alimentam o tabu sobre possíveis candidaturas, o jovem de 37 anos adiantou-se e anunciou, através do Twitter, que está na corrida.

Pablo Casado, de 37 anos, é visto por muitos como um possível protagonista de uma reviravolta geracional no PP. “Os jovens estão inquietos e querem uma terceira via”, comentava uma fonte do partido ao El Mundo na manhã desta segunda-feira. O seu nome costumava ser apontado como possível candidato do partido às eleições autárquicas de 2019, em Madrid (El Espanol), mas Casado revela vontade de dar um salto maior ao apresentar a sua candidatura à liderança do próprio partido.

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Recentemente, viu-se envolvido num escândalo por irregularidades no seu mestrado, mas nem isso beliscou a sua posição dentro do PP. Conhecido por ser um porta-voz provocador, Casado deu nas vistas por declarações como aquelas em que avisou os independentistas catalães de que poderiam “acabar como Companys”, o presidente independentista catalão que acabaria fuzilado por ordem de Franco em 1940.

Casado é assim o segundo nome a entrar na corrida à liderança do partido, depois de José Ramón García Hernández, responsável pelas Relações Exteriores do PP, ter anunciado a sua candidatura no sábado. O prazo para ir a jogo decorre até às 14h de quarta-feira, mas mantém-se a incógnita sobre se os nomes de peso do partido irão arriscar uma candidatura.

O grande favorito é Alberto Núñez Feijóo, galego como Mariano Rajoy, que está à frente do governo regional da Galiza e que durante o fim de semana quase todos os jornais davam como nome certo na corrida. Contudo, o El Confidencial dá conta esta segunda-feira de que alguns dirigentes do PP já não estão tão certos que tal seja o caso. “Parece que não está claro”, “é preciso prepararmo-nos para o próximo cenário” e “convertemo-lo em sucessor natural, mas ele inclina-se para ficar na Galiza” foram algumas das frases ouvidas pelo jornal.

Outro nome apontado é o de Soraya Saénz de Santamaría, vice-presidente do Governo de Rajoy que saltou para a ribalta política com a crise na Catalunha, onde o seu passado como jurista se revelou essencial. A terceira hipótese é a de María Dolores de Cospedal, ex-ministra da Defesa. Contudo, a sua decisão de avançar ou não pode estar condicionada pelas movimentações dos outros barões, como explica o El Español: “inclina-se mais para dar todo o seu apoio territoral à candidatura de Feijóo do que apresentar a sua própria”, diz o jornal, que ouviu fontes próximas da representante do PP em Castilla-La Mancha. Um cenário que, asseguram, pode mudar de figura caso Santamaría vá a jogo.