“É o momento de pôr o ponto de final. O PP deve avançar com outro líder. É o melhor para o PP, para Espanha e para mim”, disse esta terça-feira Mariano Rajoy, numa reunião do Comité Executivo Nacional do Partido Popular. A demissão de Rajoy é seguida da convocatória de um congresso extraordinário.

Esta é a primeira vez que Rajoy fala publicamente desde a moção de censura que afastou o Partido Popular do Governo espanhol.

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Tive o privilégio de ser o vosso presidente durante 14 anos, os melhores da minha vida política.

Ao fim de 37 anos ao serviço daquele que diz ser o “primeiro partido de Espanha”, Rajoy despede-se do PP. “Defendi a minha honra o melhor que pude e também a honra do partido”, disse perante jornalistas, argumentando que tentou sempre “ser justo e proteger o bom nome do partido e a sua trajetória”. “Assumi os meus erros e aqueles que não eram meus e muitas vezes calei-me para não ajudar esta campanha para liquidar a presunção de inocência de muitas pessoas”, continuou.

Rajoy não deixou de referir “os danos enormes” que os casos de corrupção causaram ao partido, admitindo que também ele ficou “escandalizado” com alguns episódios. “Sabemos que o Partido Popular atuou, pediu responsabilidades”, frisou, fazendo também referência ao facto de o PP ter pedido demissões e ter “endurecido leis”.

Adiós, Rajoy. Hola, Sánchez. 8 perguntas e 8 respostas para entender o que se passou em Espanha

O que importa agora é encarar o futuro, continuamos a ser o primeiro partido de Espanha. (…) Vou ficar às ordens de quem vocês escolherem com a lealdade que os meus 40 anos exigem.

Na passada sexta-feira, Mariano Rajoy e o seu governo foram destituídos por 180 votos a favor da moção de censura, superiores aos votos contra (169) e uma abstenção. Pedro Sánchez tornou-se, assim, o Presidente do Governo de Espanha. A moção de censura do passado dia 1 foi a quarta da democracia espanhola e a segunda de Mariano Rajoy.