A histórica fabricante de motas norte-americana Harley Davidson anunciou esta segunda-feira que vai deslocalizar parte da produção destinada ao mercado europeu para as suas fábricas fora dos Estados Unidos. O objetivo, assumido pela marca, é o de tentar reduzir as perdas que terá com as tarifas impostas pela União Europeia às importações norte-americanas, em retaliação contra as decisões semelhantes tomadas por Donald Trump.

As taxas impostas por Bruxelas fariam com que o preço médio destes motociclos aumentasse em média cerca de 2.200 dólares (cerca de 1.900 euros à taxa de câmbio atual).

O presidente dos Estados Unidos decidiu avançar com taxas aduaneiras sobre a importação de um conjunto vasto de produtos importados a partir da União Europeia, principalmente aço (25%) e alumínio (10%), justificando-se com o elevado défice comercial bilateral. A União Europeia retaliou com taxas de nível semelhante sobre um conjunto vasto de produtos, afetando entre estes as motas Harley Davidson.

A empresa anunciou em resposta que irá deslocalizar parte da produção para foras dos Estados Unidos, como forma de reduzir as perdas que estima vir a ter com a imposição destas taxas de 31%. A  Harley Davidson explicou que estas tarifas europeias devem custar 30 a 45 milhões de dólares à empresa já este ano, e entre 90 a 100 milhões de dólares por ano a partir de 2019.

Para evitar estes custos, e não aumentar o preço dos motociclos que vende para o mercado europeu (para onde vende 16% da sua produção, o segundo maior mercado depois dos Estados Unidos), a empresa decidiu deslocalizar parte da produção para as suas instalações fora dos EUA.

A Harley Davidson tem fábricas no Brasil, Índia, Tailândia e Austrália, mas para conseguir atingir o nível de produção necessário, ainda deve precisar entre nove a 18 meses, de acordo com a própria empresa.

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