Pequim anunciou esta sexta-feira que adotou “imediatamente” medidas de retaliação contra importações oriundas dos Estados Unidos, após a entrada em vigor naquele país de taxas alfandegárias sobre um total de 34.000 milhões de dólares de bens importados da China.

O porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros Lu Kang anunciou a imposição de medidas numa conferência de imprensa, em Pequim, mas sem detalhar quais serão os produtos ou valores envolvidos.

Em abril, Pequim anunciou que retaliaria as medidas de Washington ao punir as exportações dos EUA no mesmo valor, suscitando receios de uma guerra comercial total entre as duas maiores economias do mundo.

As medidas chinesas devem atingir sobretudo produtos agrícolas, nomeadamente a soja, que compõe 10% do conjunto das exportações norte-americanas para o país asiático e é um setor vital para a América rural, onde estão concentrados muitos dos eleitores do presidente norte-americano, Donald Trump. O país asiático deve importar 97 milhões de toneladas de soja este ano, segundo previsões do setor, mas cancelou já contratos de encomenda de centenas de milhares de toneladas de soja norte-americana, face às disputas comerciais com Washington.

Trump garantiu, entretanto, que taxas adicionais serão impostas nas próximas duas semanas sobre mais 16 mil milhões de dólares (mais de 13 mil milhões de euros) de exportações chinesas para o país. E em caso de retaliação chinesa, o líder norte-americano promete que punirá ainda mais produtos chineses, até um total de 550 mil milhões de dólares – mais do que valor total das exportações chinesas para o país no ano passado.

A administração norte-americana acusa a China de roubo de tecnologia e de exigir às empresas estrangeiras que transfiram ?know how’ em troca de acesso ao mercado. Trump quer ainda uma balança comercial mais equilibrada com o país asiático.

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