Meio milhão de carros eléctricos por ano. Estima-se que seja esta a capacidade instalada de produção da fábrica que a Tesla irá erguer em solo chinês, conforme o acordo alcançado esta semana entre Elon Musk, o CEO da marca norte-americana de veículos eléctricos, e Ying Yong, o homem que comanda os destinos de Xangai. O entendimento, noticiado pela agência Reuters, foi confirmado pelo governo local, num post publicado no WeChat, ilustrado com a foto de um aperto de mãos entre Musk e Ying Yong.
A construção da fábrica deverá ter início já no próximo ano, sendo esta uma peça fundamental para a Tesla poder empreender o assalto ao gigante asiático, já que a instalação de uma unidade fabril na China permitirá à marca californiana reduzir consideravelmente os seus custos de produção e, consequentemente, alcançar maiores margens de lucro.
Por outro lado, essa futura fábrica funcionará como uma espécie de porta que se abre para o maior mercado automóvel mundial. Para mais, um país a braços com graves problemas de poluição atmosférica e que está a apostar seriamente na mobilidade zero emissões para melhorar qualidade do ar que se respira. Daí que não surpreenda o facto de a China ter imposto como condição que, juntamente com a fábrica, a Tesla se comprometa a efectuar localmente pesquisa e desenvolvimento.
A fábrica beneficiará de uma localização estratégica, sendo já público que será implantada perto do porto de Yangshan, em Xangai. O investimento, cujos números não foram divulgados, é descrito como o maior projecto estrangeiro da história do centro financeiro chinês.
Recorde-se que, já em Maio, a Tesla registou uma nova companhia –Tesla (Shangai) Co Ltd –, claramente com o intuito de tirar partido da recente alteração legislativa introduzida por Pequim, que pôs termo à obrigatoriedade de os construtores automóveis só poderem estar presentes no país em regime de joint-venture com uma empresa local.