Os Serviços Prisionais decidiram transferir pelo menos 6 detidos do Estabelecimento Prisional Anexo à Polícia Judiciária (EPPJ), em Lisboa. Será uma forma de “abrir espaço” para a chegada dos homens dos Hells Angels, detidos numa mega-operação da PJ, esta quarta-feira.

A informação foi revelada ao Observador por uma fonte ligada à defesa dos detidos. Entre os transferidos estão 4 elementos da Juve Leo, suspeitos de terem participado no ataque à equipa do Sporting na Academia de Alcochete, em maio, e que foram enviados agora para o Estabelecimento Prisional de Caxias.

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O mesmo destino tiveram também outros dois presos preventivos do EPPJ. São um casal que partilhava a mesma cela e que aguardava julgamento com a medida de coação máxima, num caso de burla informática. Os dois homens são suspeitos de terem usado os dados de cartões de crédito de clientes de um hotel onde trabalhavam.

Sendo certo que a primeira razão para as transferência estará relacionada com a necessidade de dividir os 59 detidos do processo dos Hells Angels por várias cadeias, os Serviços Prisionais e a Polícia Judiciária estarão também a ter em conta as características destes suspeitos que agora entram no sistema prisional. Os homens são considerados perigosos e muito violentos, o que pode exigir condições especiais de detenção, quer na relação com reclusos de determinados grupos, quer nas características físicas de cada cadeia.

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Contactada pelo Observador, a Direção Geral dos Serviços Prisionais recusou confirmar ou explicar as razões das transferências, por estar obrigada “ao dever de reserva quanto à situação juridico-penal dos reclusos”. Ainda assim, esclareceu que o Estabelecimento Prisional Anexo à Polícia Judiciária é, por definição, “um estabelecimento de trânsito”, sendo normal “uma grande mobilidade dos reclusos”.

Os 59 detidos na maior operação dos últimos anos na Europa contra os Hells Angels foram presentes ao juiz de instrução na madrugada de quinta para sexta-feira, dia em que começam também os interrogatórios, antes de serem determinadas as medidas de coação. São suspeitos de vários crimes como tentativa de homicídio, tráfico de armas, ofensa à integridade física e extorsão.

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