Pelo menos 17 voos para esta quinta-feira já estão cancelados nos aeroportos de Lisboa, Porto e Faro devido à greve dos tripulantes de cabine da Ryanair, segundo informação disponível às 07h45 na página da ANA — Aeroportos de Portugal.
Os tripulantes de cabine da transportadora aérea Ryanair cumprem o último de dois dias de greve europeia para exigirem a aplicação da lei nacional.
Bruno Fialho, representante do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), disse à TSF que foram cancelados sete voos dos 12 planeados para esta manhã, em Faro foram cancelados todos os sete voos previstos e em Lisboa foram cancelados três dos cinco voos planeados.
“Luta contra bullying” ou uma “greve desnecessária”. O que se passa na Ryanair?
A decisão de partir para a greve foi tomada a 5 de julho numa reunião, em Bruxelas, entre vários sindicatos europeus para exigirem que a companhia de baixo custo aplique as leis nacionais laborais e não as do seu país de origem, a Irlanda.
Com a greve, os trabalhadores querem exigir que a transportadora irlandesa aplique a legislação nacional, nomeadamente em termos de gozo da licença de parentalidade, garantia de ordenado mínimo e que retire processos disciplinares por motivo de baixas médicas ou vendas a bordo dos aviões abaixo das metas definidas pela empresa.
A Ryanair tem estado envolvida, em Portugal, numa polémica desde a greve dos tripulantes de cabine de bases portuguesas por ter recorrido a trabalhadores de outras bases para minimizar o impacto da paralisação, que durou três dias, no início de abril.
O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) tem denunciado, desde o início da paralisação, que a Ryanair substitui ilegalmente grevistas portugueses, recorrendo a trabalhadores de outras bases. A empresa admitiu ter recorrido a voluntários e a tripulação estrangeira durante a greve.