A Comissão Europeia vai propor formalmente o fim da mudança de hora na União Europeia, revelou o presidente Jean-Claude Juncker ao canal de televisão alemão ZDF.
O anúncio surge depois da realização de um inquérito não vinculativo, feito a nível comunitário, entre os dias 4 de julho e 16 de agosto. Os resultados da sondagem sobre a mudança horária ainda não foram divulgados oficialmente mas, segundo o jornal alemão jornal Westfalenpost, mais de 80% dos inquiridos admitiram não querer que a hora mude, preferindo manter sempre o mesmo horário. Terão participado no inquérito cerca de 4,6 milhões de pessoas, sendo que três milhões terão sido cidadãos alemães.
“Levámos a cabo um inquérito, milhões de pessoas responderam e acreditamos que, no futuro, o horário de verão deve durar o ano inteiro, e será isso que vai acontecer”, disse Juncker à ZDF, citado pelo Deutsche Welle. “As pessoas querem-no, vamos fazê-lo.”
Mais de 80% dos europeus querem acabar com a mudança de hora
Em fevereiro, o Parlamento Europeu pediu à comissão que avaliasse a possibilidade de acabar com a mudança horária, uma resolução que tem vindo a ser pedida por países como a Finlândia e a Lituânia. Como explica o El País, as leis comunitárias obrigam os membros da União Europeia a adiantarem os relógios uma hora no último domingo de março e a atrasarem-nos no último domingo de outubro para acompanhar a evolução da luz do dia. Entre os argumentos usados pelos defensores da mudança de hora está a poupança de energia, uma maior segurança nas estradas e mais tempo de lazer antes de anoitecer.
No entanto, Bruxelas acredita que algumas das razões apontadas têm pouco ou nenhum efeito na economia. No que diz respeito à poupança de energia provocada pela mudança de hora no verão, os estudos consultados pela Comissão Europeia defendem que esta é de 0,5 a 2,5% e que não é claro que o risco de acidentes automóveis diminuam. Mais certo parece ser o impacto negativo no corpo humano, na forma de fadiga ou falta de concentração.
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Segundo o El País, a proposta da comissão terá de ser aprovada pelo Parlamento Europeu e depois pelo Conselho Europeu.