Depois do anúncio no mês passado, a Rússia começa esta terça-feira os exercícios militares Vostok 2018, com as maiores manobras militares desde os anos 1980. Ao todo, e até sábado (dia 15 de setembro), participam nestes “jogos de guerra” cerca de 300 mil militares, mais de 1.000 aviões, helicópteros e drones, 36 mil tanques, blindados de transporte de tropas e veículos de combate de infantaria, bem como 80 navios e outras embarcações.
Segundo o porta-voz do presidente russo, Dmitry Peskov, estas manobras, que se realizam na Sibéria Oriental e no Extremo Oriente, são “essenciais para garantir que a Rússia se consegue defender face à atual situação internacional, que é muitas vezes agressiva e hostil”, acrescentando que “as manobras não são dirigidas contra outros países”. “Estão de acordo com a nossa doutrina militar, que é de caráter defensivo”, sublinhou, citado pela NBC.
O exercício decorre num momento de tensão entre o Ocidente e a Rússia, que está preocupada com a construção da aliança militar da NATO no seu lado ocidental. Estas relações, recorde-se, vivem momentos de tensão desde a anexação da Crimeia, em 2014. E, por isso, vão também estar presentes observadores de 57 países, assim como a missão de ligação da NATO e a representação da União Europeia.
Ao todo, serão utilizados nove campos de prova, incluindo quatro da Aeronáutica e da Defesa Áerea, e três mares — Mar do Japão, Mar de Bering e Okhotsk Sea, para os exercícios serem realizados.
“No decurso das manobras, a ação das tropas será realizada em conformidade com o acordo entre a Rússia, a China, o Cazaquistão, o Quirguistão e o Tajiquistão para o fortalecimento da confiança na área militar na área de fronteira”, assinalou o Ministério da Defesa em comunicado, citado pela agência Lusa.
No mês passado, o ministro da defesa explicou que estas manobras militares “vão parecer a Zapad-81, mas mais imponente de uma certa maneira”, ou seja, vão superar as manobras militares que foram realizadas em 1981 na Polónia, as maiores alguma vez realizadas pela então União Soviética.
Sergey Shoygu disse ainda que os principais objetivos passam por “verificar a prontidão dos órgãos de comando e controlo no planeamento e reagrupamento de tropas, a cooperação das forças terrestres e da Marinha, melhorar as habilidades dos comandantes e do pessoal no comando e aumentar o controlo na preparação e condução de ações de combate”.
Na primeira etapa das manobras, será feito o desdobramento das forças no Extremo Oriente, no Pacífico Norte e no Mar do Norte. Já na segunda etapa vai ser verificada a interação das várias forças nas operações de defesa e ataque.