As autoridades portuguesas, em cooperação com o Ministério Público Federal (MPF) brasileiro, realizaram esta terça-feira buscas e apreensões em Portugal, em moradas associadas ao operador financeiro Ildeu de Miranda no âmbito da operação Lava Jato. Segundo um comunicado do MPF, as buscas foram realizadas “a partir de um pedido de cooperação internacional” das autoridades brasileiras e esta terça-feira “o Ministério Público de Portugal obteve autorização judicial e cumpriu hoje cinco mandados de busca e apreensão em endereços, em Lisboa, ligados ao operador financeiro Mário Ildeu de Miranda”.

“Na madrugada desta terça-feira, 25 de setembro, foi deflagrada a 54ª fase da Operação Lava Jato, a segunda etapa realizada no exterior” e em Portugal, salientam as autoridades brasileiras. Os objetivos da operação de buscas em Lisboa visavam apreender os documentos e dispositivos eletrónicos que possam estar escondidos em Portugal, além de identificar provas de outros crimes, ainda não denunciados, para continuar as investigações.

O pedido de cooperação feito às autoridades portuguesas, refere o mesmo comunicado, foi célere: em menos de quatro meses, o Ministério Público português, com autorização judicial, cumpriu os mandados de busca e apreensão requeridos pelo Ministério Público Federal, para assim encontrar as provas desaparecidas. O procurador Júlio Noronha, que faz parte da task force da Lava Jato em Curitiba, acompanhou as buscas em Lisboa. “A realização desta operação consolida uma nova perspetiva das investigações: vamos atrás das provas onde elas estiverem. As fronteiras nacionais não impedem as investigações. Como as medidas cumpridas evidenciam, a realidade é que o Ministério Público Federal, com o auxílio de autoridades estrangeiras, hoje busca não apenas bens e valores mantidos no exterior, mas provas dos crimes cometidos no Brasil”, declarou o magistrado.

As ações cumpridas hoje em Portugal correspondem assim à segunda fase internacional da Operação Lava Jato. A primeira fase realizada no exterior, também em Lisboa, ocorreu a 21 de março de 2016, e teve como alvo o operador financeiro Raul Schmidt Felippe Junior. Mario Ildeu de Miranda, recorde-se, pagou uma fiança de 10 milhões de reais para responder ao processo em liberdade.

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