O diretor da Polícia Judiciária Militar (PJM) e o civil responsável pelo furto do armamento militar em Tancos ficaram esta sexta-feira em prisão preventiva, disse ao Observador fonte ligada ao processo. Os outros arguidos da PJM e da GNR foram suspensos de funções, ficam com termo de identidade e residência e proibidos de contactar com os coarguidos, bem como com quaisquer militares das Forças Armadas, da GNR e elementos da Polícia Judiciária Militar (PJM).

Fonte ligada ao processo diz ao Observador que, ainda antes da decisão do juiz de instrução João Bártolo, o Ministério Público (MP) tinha pedido prisão preventiva para “quatro ou cinco” arguidos do caso, conhecido por “Operação Húbris”, e não para todos, como chegou a ser avançado.

Um comunicado do Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa divulgado na sexta-feira indica que aplicou estas medidas devido ao “perigo de continuação da atividade criminosa e perigo de perturbação do decurso do inquérito, aquisição e conservação da prova”.

Para o único arguido civil, João Paulino, o juiz de instrução criminal considerou que há “perigo de continuação da atividade criminosa e de fuga” e o arguido responde pelos crimes de tráfico de armas e tráfico de droga.

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O tribunal refere que o diretor e os restantes elementos da PJM — bem como os três militares da GNR — foram constituídos arguidos pelos crimes de “denegação de Justiça e prevaricação, favorecimento pessoal praticado por funcionário, associação criminosa e tráfico de armas”.

O diretor da PJM e um outro elemento daquela polícia (Roberto Pinto da Costa) estão também indiciados pelo crime de falsificação de documentos, tendo o último ainda um crime de detenção de arma proibida.

A Operação Húbris investiga o aparecimento na Chamusca em outubro de 2017 de material militar furtado em Tancos e, segundo o Ministério Público, em causa estão “factos suscetíveis de integrarem crimes de associação criminosa, denegação de justiça, prevaricação, falsificação de documentos, tráfico de influência, favorecimento pessoal praticado por funcionário, abuso de poder, recetação, detenção de arma proibida e tráfico de armas”.

O furto de material militar dos paióis de Tancos – instalação entretanto desativada – foi revelado no final de junho de 2017. Entre o material furtado estavam granadas, incluindo antitanque, explosivos de plástico e uma grande quantidade de munições.